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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
PEC 287

Presidente da Asmego critica projeto da reforma da Previdência

Wilton Salomão considera que o projeto do governo do peemedebista foi alinhavado por interesses de instituições financei

Postado em 14 de fevereiro de 2017 por Sheyla Sousa
Presidente da Asmego critica projeto da reforma da Previdência
Wilton Salomão considera que o projeto do governo do peemedebista foi alinhavado por interesses de instituições financei

Venceslau Pimentel

Engajado no movimento encabeçado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), de questionamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/16), que trata da Reforma da Previdência, o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), Wilton Müller Salomão, mobiliza os juízes goiano para o ato que acontece nesta quarta-feira, 15, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

“É um projeto que o governo federal quer empurrar goela abaixo, em compromisso que fez com as instituições financeiras, sem estar alinhavadas as questões sociais do país, e que vai trazer grandes prejuízos não só aos servidores públicos, mas também os da iniciativa privada” prevê Salomão.

Segundo ele, a mobilização desta quarta-feira é o primeiro passo para provocar o aprofundamento das discussões em torno da matéria, e assim evitar o “tratoramento” por parte do governo federal, que defende que a PCE tramite em regime de urgência. Empenhado em formar uma frente estadual de mobilização, o presidente da Asmego explica que se trata de uma iniciativa que visa atuar junto à bancada goiana na Câmara, formada por 17 deputados, e a do Senado, com três representantes.

Paralelamente, a AMB prepara um substitutivo que venha a garantir não só direitos da categoria, mas também dos cidadãos brasileiros. O primeiro passo já foi dado pelo presidente da entidade, Jayme Martins Neto de Oliveira, que se reuniu, na semana passada, com o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), que preside a comissão especial para analisar a reforma. Salomão observa que o parlamentar se mostrou flexível, aberto ao diálogo. Mas fez uma ressalva. “A gente sabe que o governo federal vai tratorar”.

Dos pontos questionados da PEC, estão a mudança de regras de abono de permanência e da fórmula de cálculo do salário de benefícios dos segurados, o ajuste das idades mínimas entre homens e mulheres, e a retirada do caráter público dos fundos complementares de previdência dos servidores públicos.

No que se refere especificamente à idade mínima de aposentadoria de 65 anos para ambos os sexos, Wilton Salomão diz ver nessa mudança um desrespeito à mulher, porque não considera, dentre outras especificidades, jornada tripla que ela tem. “Na verdade, é penalizar a mulher”, diz, ao mesmo tempo que ele pontua que esse novo desenho da previdência pode reforçar o machismo na sociedade.

Salomão também considera que vai muito além do razoável a extensão do tempo de contribuição, que para que passa de, no mínimo, de 25 anos, e também por não levar em consideração os cálculos atuariais sobre tempo e valores de contribuição por pessoa, para efeito de aposentadoria. Para ele, o cálculo atuarial é a mola propulsora de uma reforma da Previdência que se quer fazer.

Para o presidente da Asmego, o déficit da Previdência não está relacionado nem aos trabalhadores do setor público e nem doa iniciativa privada. “O déficit é oriundo do Tesouro, que não faz a sua contrapartida do depósito que seria obrigatório, e as isenções que a própria União faz em relação às contribuições obrigatórias para a Previdência”, sublinha.

Monstrengo

Por esse entendimento, Salomão acredita que não precisava se fazer uma reforma drástica. Bastava que a União fosse cuidadosa e cautelosa na arrecadação do que é devido a Previdência, e que fizesse a sua contrapartida em relação aos seus depósitos.

Ao criticar a falta de discussão em torno da reforma, o magistrado considera que se criou uma “comissão de notáveis alienígenas, que, por sua vez, criou um monstrengo e o enviou ao Congresso, sob a alegação de que o país está em crise e que é precisa fazer isso (a reforma)”. Segundo ele, a crise de ordem econômica e financeira não é motivo para tirar a esperança do cidadão. “O que a gente quer é que o Congresso abra o debate, e o Legislativo é o local desse debate”, frisa Salomão. 

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