MPF firma acordo com dez países para investigar Odebrecht
Ministério Público Federal (MPF) firmou com nove países da América Latina e com Portugal, amplo acordo de colaboração internacional
O Ministério Público Federal (MPF) firmou nesta quinta-feira
(16) com nove países da América Latina e com Portugal o mais amplo acordo de
colaboração internacional ligado à Operação Lava Jato, com o objetivo de
investigar desvios cometidos pela empresa Odebrecht.
O documento ressalta que o acordo de leniência firmado pela
Odebrecht com o MPF e as colaborações premiadas de 78 ex-executivos e
funcionários da empresa possuem uma cláusula de confidencialidade vigente até
1° de junho de 2017.
Em razão desse sigilo e diante do grande interesse das
procuradorias gerais e fiscais dos países envolvidos em ter acesso às
informações antes do fim do prazo, o acordo de colaboração foi firmado. A
assinatura foi ontem (16), em Brasília, na sede da Procuradoria-Geral da
República (PGR).
O documento determina que sejam criadas equipes de
investigação bilaterais e multilaterais para investigar a Odebrecht. Além do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, firmaram o acordo os
procuradores-gerais e fiscais da Argentina, do Chile, da Colômbia, do Peru,
México, Equador, Panamá, da Venezuela, República Dominicana e de Portugal.
Em ao menos quatro países latino-americanos – Colômbia,
Equador, Venezuela e Peru – as investigações contra a Odebrecht já geraram consequências
como a prisão de suspeitos. Entre as prisões decretadas, está a do
ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, acusado de receber cerca de US$
20 milhões em proprinas ligadas à construção de uma rodovia.
No início de janeiro, a Odebrecht fechou um acordo de
colaboração com os promotores peruanos, no qual concordou em devolver R$ 30
milhões aos cofres públicos do país, relativos a ganhos ilícitos.
Em dezembro, em um acordo de leniência firmado em
conjunto entre a empresa, Brasil, EUA e Suíça, a Odebrecht admitiu ter pago
mais de US$ 1 bilhão em proprinas a autoridades e funcionários dos governos de
ao menos 12 países.
Foto: Reprodução