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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
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Decisão

Entra em vigor lei que proíbe que mulheres sejam algemadas no parto

Lei reforça normativos anteriores que já vedavam o uso de algemas em situações de parto

Postado em 15 de abril de 2017 por Renato
Entra em vigor lei que proíbe que mulheres sejam algemadas no parto
Lei reforça normativos anteriores que já vedavam o uso de algemas em situações de parto

Foi publicada na última quinta-feira (13), no Diário
Oficial da União, a Lei nº 13.434, que proíbe que mulheres presas sejam
algemadas durante o parto. Aprovada pelo Congresso Nacional no final de março,
a lei foi sancionada ontem pela Presidência da República.

A lei altera o Artigo 292, Código de Processo Penal e
estabelece que é vedado o uso do algemas em mulheres grávidas durante os atos
médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o
trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério
imediato.

Em nota divulgada à imprensa, a coordenadora de Políticas
para Mulheres e Promoção das Diversidades, Susana Inês de Almeida, diz que é
comum o uso de algemas em presas grávidas, mesmo durante o parto, sob a
alegação de insegurança e risco de fuga. Segundo ela, isso ocorre embora esses
riscos sejam mínimos, pois 65% das mulheres são presas por tráfico ou associação,
e a maioria é ré primária.

A lei reforça normativos anteriores que já vedavam o uso de
algemas nessas situações, como a resolução do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária (CNPCP), de 2012, e uma súmula do Supremo Tribunal
Federal.

Mulheres nas prisões

Do total de mulheres presas no Brasil, 68% são jovens, com
idade entre 18 e 34 anos, 61% são negras e pardas, 62% são analfabetas ou tem o
ensino fundamental incompleto e 57% são mães solteiras. A maioria é presa por
tráfico de entorpecentes, 30% estão detidas sem condenação e 63% são condenadas
a penas de até oito anos.

Os dados foram apresentados pela secretária Nacional de
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Sílvia Rita Souza, em audiência
pública sobre a violência de gênero nos presídios femininos realizada na última
terça-feira (11) pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados.

O crescimento da população carcerária feminina é maior que o
de presos do gênero masculino. De 2007 a 2014, o número de mulheres no sistema
prisional subiu mais de 560%, enquanto que o registro de homens encarceradas
cresceu pouco mais de 200%. Cerca de 95% das mulheres encarceradas no Brasil já
sofreram ou sofrem algum tipo de violência dentro das prisões. (Agência Brasil) 

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