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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Bolsa

Após escândalo no governo, dólar dispara e bolsa cai 8,8%

Em um dia de pânico no mercado brasileiro, o dólar tem maior alta em mais de 14 anos

Postado em 18 de maio de 2017 por Amanda de Oliveira
Após escândalo no governo
Em um dia de pânico no mercado brasileiro

                     

Após delação
dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo
JBS, em que o presidente da república Michel Temer é gravado dando aval para
comprar silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os mercados do
dólar e de ações foram fortemente atingidos.
Nesta quinta-feira (18), o dólar
opera em progressiva alta em relação ao real. No início da manhã abriu com alta
superior a 5% sendo cotado a R$ 3,315. Por volta de 11h, intensificou a valorização e
passou a ser cotado a R$ 3,409
.

A agitação política também atingiu a Bolsa
brasileira. No mercado futuro, o Ibovespa, que reúne as principais ações do
mercado brasileiro, interrompeu os negócios pouco
depois da abertura após cair 10,46%, para 60.470 pontos.
 Os negócios ficaram parados por 30
minutos e, quando voltaram, registravam queda de mais de 10%. A suspensão dos negócios, nomeada como Circuit Breaker, é um
mecanismo utilizado para garantir proteção de mercados quando ocorrem grandes
instabilidades. Foi a primeira vez que aconteceu em nove anos.

Devido à expectativa de um
pregão de forte volatilidade, o Banco Central já informou em nota que
acompanhará o impacto dessa notícia. “O Banco Central está monitorando o
impacto das informações recentemente divulgadas pela imprensa e atuará para
manter a plena funcionalidade dos mercados. Esse monitoramento e atuação têm
foco no bom funcionamento dos mercados. Não há relação direta e mecânica com a
política monetária, que continuará focada nos seus objetivos tradicionais”, diz
comunicado.

Analistas de mercado avaliam
que diante deste cenário político o governo de Michel Temer terá dificuldade em
manter a sua governabilidade, comprometendo a continuidade e aprovação de suas
reformas, como a da Previdência, considerada por alguns economistas essencial
para a retomada do crescimento econômico do país.

Presidente do BNDES mantém serenidade

Em fala no 29° Fórum Nacional, que aconteceu
nesta quinta-feira (18), no Rio de Janeiro, a presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Sílvia Bastos Marques, revelou
que ainda não sabe os rumos que a economia brasileira pode tomar depois dos
últimos acontecimentos políticos envolvendo o presidente da república Michel
Temer. “O momento é de trabalhar ainda mais, com serenidade, e aguardar o que
vai acontecer”, afirma.

Maria Sílvia também comentou que em relação à
JBS, na qual a subisidiária do banco BNDES Participações (BNDESPAR) detém 21%
do capital, por se tratar apenas de uma participação acionária “sua valorização
ou não depende da evolução do próprio mercado” e afirma que o contexto está
sendo acompanhado “com a diligência que nós temos que acompanhar”.

O banco é investigado por favorecimento à JBS
pela Polícia Federal na Operação Bullish, na qual 37 servidores da instituição
foram levados coercitivamente para depor.

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