Caio
Marx

O avião bimotor com
653 quilos de cocaína interceptado neste domingo (25) na zona rural de Jussara,
por um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) pode ter decolado de uma fazenda
que pertence à empresa Amaggi, do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A
carga foi avaliada em cerca de R$ 10 milhões de reais e a empresa diz não ter ligação com o bimotor e que aguarda o resultado
das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias do voo.

De acordo com nota
divulgada pela FAB, a informação de que a aeronave teria decolado da Fazenda Itamarati
Norte no município de Campo Novo do Parecis (MT)
com destino a Santo Antonio Leverger (MT) foi fornecida pelo próprio
piloto do avião durante abordagem da Força Aérea via rádio.

Em nota, a Amaggi
disse que não autorizou pouso ou decolagem de qualquer aeronave e que não tem
qualquer relação com o avião modelo Piper
Aircraft 23. A empresa também informou que a região de Campo Novo do
Parecis é “bastante vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de
drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do estado de Mato Grosso com a
Bolívia”.

Além
disso, a Amaggi ressaltou que em abril deste ano, a empresa apoiou uma operação
da PF que resultou na apreensão de uma aeronave que pousaria em uma das pistas
da fazenda com 400 quilos de drogas. Consultada pela matrícula do bimotor na
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostra que a aeronave está regular e pertence
a Jeison Moreira Souza.

A ação fez parte da
Operação Ostium deflagrada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), com
apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar de Goiás e tem como objetivo
coibir ilícitos transfronteiriços. Somente em
2017, a Polícia Militar de Goiás apreendeu 13,5 toneladas de drogas.