Obras para o Parque começam no fim do ano
Localizado em um morro no Setor Serrinha, que tem 819 m de altura, o perímetro deve receber uma série de melhorias
Guilherme Araujo
A Criada há quase um ano após um decreto do Governo do Estado, o projeto do Parque Serrinha deve ser colocado em prática. A previsão é de que a obra, que compreende uma área de 108 mil m², deve começar a ser executada até o fim deste ano, com prazo final de conclusão estipulado para 2018. Localizado em um morro no Setor Serrinha, que tem 819 m de altura, o perímetro deve receber uma série de melhorias.
A princípio, a proposta compreenderia apenas duas medidas de emergência: a coleta imediata do lixo e a poda do mato alto, em pontos críticos. Estão previstas ainda a criação de uma ciclovia nos arredores do parque e de uma trilha que percorreria todo o local. Seriam instalados no parque, em sua fase de conclusão praça de alimentação, parque infantil e espaço de caráter ecumênico.
O investimento da obra não foi divulgado, já que de acordo com o Secretário de Meio Ambiente de Goiás, Vilmar Rocha, será preciso finalizar um documento que define detalhadamente as diretrizes do projeto. Outro ponto sem decisão certa foi quanto a quem tomaria as rédeas do projeto, que possivelmente ficaria aos cuidados da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima).
Críticas
O novo projeto divide opiniões. Ao mesmo tempo em que recebe elogios de moradores do local que defendem a criação de um espaço que traria melhorias – como olhares voltados à região e a criação de espaços de convivência mais próximos – religiosos que frequentam o lugar diariamente para momentos de adoração defendem a manutenção do morro como está. São estes grupos que mais fazem uso do local, que fornece uma bela vista da capital.
Atualmente vivem no lugar, em pequenas construções ou alojadas em barracas, cerca de 15 famílias. Eles relatam que sua permanência se deve a um processo de evangelização e que “Deus não permitirá sua saída”. De acordo com moradores, em certos fins de semana o morro chega a receber 6 mil pessoas, que vem de todo o Brasil e de outros países da América Latina.
O missionário Henrique Vilela justifica suas visitas ao morro graças às pregações e acolhimentos que faz de pessoas em situações de vulnerabilidade. Para ele, a construção do parque seria algo negativo. “Aqui só vem evangélicos. As pessoas vem para receber bênçãos de Deus e esse lugar tem o poder de mudar a vida delas”, explica.
A segurança seria outro aspecto positivo que a obra traria. Pelo mato alto, moradores se dizem inseguros para sair de casa e caminhar nas imediações que ainda não possuem iluminação em todas as vias. Além disso, alegam que não há espaço para a prática de lazer. Dona Maria Augusta, de 76 anos, reclama. Ela, que mora no local há 40 anos, afirma que espera que a obra traga melhorias. “Eu sou a favor da construção. Já deveria ter melhorado há bastante tempo a questão da iluminação e da segurança na região sem o parque. Nem posso voltar para casa tranquila depois do culto. O parque é uma saída”, afirma.
Sustentabilidade
Considerada a 2ª cidade mais arborizada do país e contando com 1,5 milhão de metros quadrados de área verde, Goiânia ocupa o posto a cidade que possui na mesma categoria o maior número de metros quadrados de área verde por habitantes em capitais brasileiras. Ao todo são 94 m² – quase oito vezes mais do que estipula a ONU.
Dividindo espaço com a urbanização, a capital do Estado possui ainda aproximadamente 32 parques e bosques, relativamente bem preservados. Frente a essa pluralidade de opções, os principais parques e bosques da região possuem opções de lazer como pistas de caminhada, parques infantis, centros de convivência e estações para a prática de exercícios físicos e são propícios para que o cidadão possa conviver com a fauna e a flora.