União Europeia critica destituição de procuradora-geral da Venezuela
A porta-voz insistiu que “não há alternativa relacionada às instituições legítimas, à separação de poderes e ao direito dos cidadãos a expressarem livremente sua opinião política”
A representante da União Europeia (UE) para a Política
Exterior, Federica Mogherini, afirmou nesta segunda-feira (7) que a tomada de
posse da Assembleia Constituinte na Venezuela e a destituição da
procuradora-geral, Luisa Ortega, dificultam a “volta pacífica à ordem
democrática”. As informações são da agência EFE.
“A posse da Assembleia Constituinte e suas primeiras
ações, incluindo a remoção de Luisa Ortega de seu posto no Ministério Público,
debilitaram ainda mais as perspectivas de uma volta pacífica à ordem
democrática na Venezuela”, destacou uma porta-voz de Mogherini em um
comunicado.
Além disso, “aumentou a polarização de uma sociedade já
dividida”, lamentou.
A porta-voz insistiu que “não há alternativa
relacionada às instituições legítimas, à separação de poderes e ao direito dos
cidadãos a expressarem livremente sua opinião política”.
“O Governo da Venezuela tem a responsabilidade de
garantir o respeito à Constituição venezuelana”, disse, reiterando que a
UE “chama todos os atores na Venezuela a trabalharem para instalar a
confiança necessária para uma solução negociada da crise institucional”.
A UE pediu ao presidente Nicolás Maduro que “libere
urgentemente todos os prisioneiros políticos e garanta o respeito ao Estado de
Direito e aos direitos humanos”.
A União Europeia, destacou o comunicado, “seguirá
trabalhando com todos os parceiros, nacionais e internacionais, para garantir
um apoio adequado a um retorno não violento à ordem democrática e uma solução
aos apuros econômicos e sociais” nos quais se encontra o povo venezuelano.
No domingo (6), Maduro defendeu que a decisão da Assembleia
Constituinte de remover a procuradora-geral era “necessária”. Ele
também defendeu a legalidade do órgão que reescreverá a Carta Magna
venezuelana.
Os protestos da oposição a Maduro que começaram em abril
causaram a morte de pelo menos 120 pessoas.
Agência Brasil