Na semana em que um homem foi preso por ejacular em uma mulher durante o trajeto de ônibus em São Paulo, uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva com cerca de 2.000 mulheres e homens em 35 cidades brasileiras mostrou novas percepções da sociedade quanto a comportamentos opressivos e sexistas. 

Com o objetivo de provocar o debate da população sobre temas ligados à violência sexual, o levantamento mostrou que 94% das pessoas entrevistadas avaliaram que uma mulher ser “encoxada” ou ser vítima de toque sem permissão também é configurado como um tipo de violência sexual. 

Ainda de acordo com a pesquisa, unicamente neste ano, quase 14 milhões de mulheres afirmaram já ter sido agredidas sexualmente com toques ou “encoxadas” – percentual que representa 17% do total de mulheres adultas do país, número que se apresenta ainda maior em se tratando de mulheres mais jovens, entre 18 e 34 anos.

Outro dado revelado foi o de que 35% dos brasileiros adultos, número que representa aproximadamente 84 milhões de pessoas, conhecem uma mulher beijada à força no último ano – fato que igualmente configura violência sexual. Igualmente preocupante, a pesquisa mostra que 23% das mulheres foram ameaçadas por algum homem em 2017.

Em Goiás, segundo dados da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), foram contabilizados nos oito primeiros meses deste ano 6.825 atendimentos a vítimas de violência de gênero, junto a outros 1.164 inquéritos policiais ao Poder Judiciário e o encaminhamento de 690 pedidos de medidas protetivas de urgência. Em contrapartida, apenas 337 agressores foram presos. 

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