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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Produtividade

Açaí teve maior valor de produção na extração vegetal em 2016, diz pesquisa

A produção de açaí extrativo caiu 0,2% em comparação com a de 2015, e somou 215.609 toneladas. O valor de produção, porém, subiu 12,4%

Postado em 28 de setembro de 2017 por Kamilla Lemes
Açaí teve maior valor de produção na extração vegetal em 2016
A produção de açaí extrativo caiu 0

O
açaí foi o produto da extração vegetal não madeireira que alcançou maior valor
de produção no ano passado no Brasil: R$ 539,8 milhões. Em seguida, vieram a
erva-mate extrativa (R$ 398,8 milhões), o pó cerífero de carnaúba (R$ 187,5
milhões) e a castanha-do-pará (R$ 110,1 milhões). Segundo a pesquisa Produção
da Extração Vegetal e da Silvicultura, estes ão os quatro itens mais relevantes
em termos de produção. A pesquisa foi divulgada hoje (28) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A
produção de açaí extrativo caiu 0,2% em comparação com a de 2015, e somou
215.609 toneladas. O valor de produção, porém, subiu 12,4%. Maior produtor
nacional, o Pará respondeu por 61,2% do total do ano passado, com crescimento
de 4,6%.

O
supervisor da pesquisa, Winicius de Lima Wagner, disse à Agência Brasil que a
demanda e a alta de preços do açaí tornaram a atividade mais atrativa para os
extrativistas, contribuindo para aumentar a geração de renda local. “Em geral,
os produtos não madeireiros do extrativismo são explorados por extrativistas e
pequenas associações e cooperativas e têm relevância para as comunidades,
principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, afirmou Wagner. O líder do
ranking de municípios, Limoeiro do Ajuru, no Pará, produziu 35 mil toneladas no
ano passado.

No
Amazonas, segundo maior produtor nacional de açaí, a produção caiu 12,3%, por
causa da seca, que tornou mais difícil o transporte do fruto em alguns rios. No
Nordeste, o Maranhão aparece com 8,1% de participação na produção brasileira.

Erva-mate

O
Paraná respondeu por 86,4% da produção de erva-mate extrativa no país,
concentrando 18 dos 20 principais municípios produtores. Líder em 2015, São
Mateus do Sul, com 65 mil toneladas, permanece à frente. O Paraná produziu
299.735 toneladas em 2015. Em segundo, ficou Santa Catarina, com 28.853
toneladas, ou 8,3% do total nacional. O Rio Grande do Sul ficou em terceiro
lugar, com 18.180 toneladas, mas foi o único estado onde a produção caiu
(-2,6%).

Com
346.953 toneladas, a produção nacional de erva-mate extrativa aumentou 1,7%. O
valor de produção manteve-se praticamente estável, com ligeira queda de 0,1%.


cerífero de carnaúba

A
produção do pó cerífero de carnaúba, terceiro item mais importante da extração
vegetal não madeireira, caiu 10,1% no ano passado e chegou a 17.957 toneladas.
O valor de produção caiu 4,1%, passando para R$ 187,5 milhões. De acordo com
Wagner, são quatro os estados produtores, mas dois – Piauí e Ceará – são
responsáveis por 95% do total.

No
Piauí, a produção caiu 19,75%. Conforme relatos apresentados aos pesquisadores
do IBGE, a queda pode ser atribuída à má formação da palha da carnaúba, devido
à seca prolongada em algumas regiões do estado, e à dificuldade de encontrar
mão de obra para trabalhar na atividade.

Entre
os municípios, Granja, no Ceará, manteve-se na liderança como maior produtor,
com 1.875 toneladas.

Castanha-do-pará

Com
total de 34.664 toneladas, a produção de castanha-do-pará, ou
castanha-do-brasil, caiu 14,7%, mas, “compensado pelo preço de mercado”, o
valor de produção subiu 2,7%, ressaltou Wagner.

O
Amazonas é atualmente o maior produtor, com 14.945 toneladas no ano passado. A
produção do Acre, que liderou o ranking em 2015, caiu 37,7% em 2015, por causa
da escassez de chuvas.

Entre
os municípios, a liderança coube a Humaitá, no Amazonas, com 3.360 toneladas.

Resina

A
pesquisa mostra que itens não madeireiros da silvicultura têm pouca relevância
no setor porque os produtos madeireiros de áreas plantadas respondem por 97,7%
do valor de produção.

Segundo
Wagner, a quase totalidade do valor dos produtos não madeireiros da
silvicultura advém da produção de resina, que cresceu 10,8% no ano passado,
somando 106.227 toneladas. Em valor de produção, o aumento foi de 1,3%, o que
gerou R$ 282,1 milhões.

São
Paulo produziu 59,4% do total, com aumento de 2,31% ante 2015. O Rio Grande do
Sul foi o segundo, com expansão de 45,3% no ano. O município com maior produção
foi o gaúcho Santa Vitória do Palmar, com 14.242 toneladas.

Madeira

Apesar
da queda em quase todos os setores de produção de madeira, em 2016, o valor de
produção cresceu 0,4% e ficou em R$ 16,6 bilhões. Desse total, o valor de
produção da silvicultura respondeu por R$ 13,7 bilhões, com expansão de 3% ante
o ano anterior. O único segmento cuja produção aumentou em 2016 foi o de
madeira em tora da silvicultura, destacou o supervisor da pesquisa.

“Todos
os produtos madeireiros do extrativismo vegetal tiveram queda em 2016”, disse o
coordenador da pesquisa. Com -31,7% e valor de produção de R$ 393,9 milhões, o
carvão vegetal do extrativismo foi o item que mais caiu, acompanhando o fraco
desempenho da siderurgia, principal consumidor do produto. Também aparecem a
lenha (-7,4%), com valor de produção de R$ 626,4 milhões; e a madeira em tora
(-7%)  e valor de produção de R$ 1,8
bilhão.

O carvão
vegetal de extrativismo corresponde a 13,8% do carvão produzido no Brasil. O
restante (86,2%) vem da silvicultura, isto é, das florestas plantadas. De
acordo com Wagner, 21,8% da produção brasileira de lenha vêm do extrativismo e
78,2%, da silvicultura.

Silvicultura

Na
produção madeireira da silvicultura, Wagner destacou a queda de 8% do carvão
vegetal, com valor de produção estimado de R$ 2,5 bilhões, 1% inferior ao de
2015. Na lenha da silvicultura, houve recuo de 2,3% na produção e de 3,2% no
valor de produção, que totalizou R$ 2,2 bilhões.

No
segmento de madeira em tora para papel e celulose da silvicultura, a produção
subiu 10,8%, passando para 85,1 milhões de metros cúbicos (m3), e o valor de
produção aumentou 7,7% (R$ 5,2 bilhões). O Paraná é o maior produtor de madeira
em tora para papel e celulose, com alta de 43,9% na produção, devido ao aumento
do parque industrial no estado. Entre os municípios, destaca-se Telêmaco Borba
(PR), com 3,5 milhões de m3.

De
acordo com Wagner, 80,2% da madeira destinada à indústria de papel e celulose
têm origem em áreas de plantio de eucalipto, usado como matéria-prima para a
fabricação de celulose de fibra curta, e 18,8% vêm de florestas de pinus,
espécie usada para celulose de fibra longa e papel de qualidade superior.

A
produção nacional de madeira em tora para outras finalidades, como construção
naval e civil, e indústria de móveis, aumentou 3,1% no ano passado (48,5
milhões de m3), com valor de produção de R$ 3,8 bilhões (aumento de 2,2%).

A
Região Sul concentrou 62,6% da produção nacional, com queda de 2,9% ante 2015.
No Paraná, a produção cresceu 3,2%. Entre os municípios, o líder foi General
Carneiro (PR), com 1,2 milhão de m3 e participação de 2,5% na produção
nacional.

Área
plantada

A
área total plantada da silvicultura aumentou 0,9%, somando 10,02 milhões de
hectares, dos quais 75,3% corresponderam à área plantada com eucalipto e 20,7%
com pinus.

Mesmo
com queda de 1,2% em 2016, a Região Sul tem a maior área de silvicultura do
país, equivalente a 3,73 milhões de hectares. “Porém, a maior parte dessa área
é com pinus”, disse o supervisor da pesquisa. A área do Sul brasileiro com
pinus representou 49,1% do total nacional.

O
Sudeste tem a maior área plantada de eucalipto, 3,13 milhões de hectares. Entre
os estados, a maior área florestal, com 1,9 milhão de hectares, é de Minas
Gerais e, entre os municípios, destacam-se Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, em
Mato Grosso do Sul, com mais de 300 hectares plantados destinados à
silvicultura. 


Informações Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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