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domingo, 1 de setembro de 2024
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In Vitro

Obesidade dificulta gravidez e causa abortos nos tratamentos de fertilização

Além disso, o sobrepeso causa diversas consequências para a saúde. Uma delas é a infertilidade. O excesso de peso afeta o processo de ovulação

Postado em 25 de outubro de 2017 por Márcio Souza
Obesidade dificulta gravidez e causa abortos nos tratamentos de fertilização
Além disso

O impacto da obesidade nos
resultados dos tratamentos Fertilização in Vitro. Esse foi o tema do estudo,
realizado em Brasília, com pacientes com média de idade entre 34 e 37 anos, que
se submeteram a ciclos de Fertilização in Vitro entre janeiro de 2014 e
dezembro de 2016. No total, o estudo envolveu 567 ciclos de fertilização in
vitro. O objetivo foi avaliar a influência do Índice de Massa Corpórea (IMC)
nos resultados da Fertilização in Vitro (FIV). 
O estudo constatou que há uma diminuição progressiva nas taxas de
gestação e um aumento progressivo nas taxas de abortamento de acordo com o
aumento do IMC. A outra conclusão é que as pacientes obesas e com sobrepeso
devem reduzir o peso antes de submeter-se a uma Fertilização in Vitro (FIV).

A pesquisa, realizada pelos
ginecologistas e especialistas em Reprodução Humana, Vinicius Medina Lopes,
Jean Pierre Barguil Brasileiro e Natália Zavattiero, do Instituto Verhum, em
Brasília, concluiu que a possibilidade de engravidar diminui quando a mulher
sofre de obesidade e, ao mesmo tempo, quando ela consegue engravidar as chances
de uma aborto aumentam.

“A recomendação para as mulheres
com obesidade ou sobrepeso que vão iniciar um tratamento para engravidar é que
elas percam peso antes”, explica o médico Vinicius Medina Lopes, diretor do
Instituto Verhum e um dos responsáveis pela pesquisa. “A obesidade causa
irregularidade nos ciclos menstruais, diminuição de ciclos ovulatórios e
compromete a capacidade reprodutiva. Por isso, a mulher que deseja ter filhos e
está acima do peso deve buscar orientação médica e nutricional antes de iniciar
o tratamento”, esclarece o médico Jean Pierre Barguil Brasileiro, diretor do
Instituto Verhum e também responsável pela pesquisa.

“Mais da metade da população
brasileira, que reside nas capitais, está acima do peso e essa realidade tem
contribuído para reduzir a taxa de fecundidade no país”, afirma o médico
Vinicius Medina Lopes.

Dados do Estudo

No estudo, as mulheres com peso
normal que se submeteram ao tratamento de fertilização apresentaram uma taxa de
gravidez de 54,8%.  Esse índice entre as
mulheres com sobrepeso ficou em 45,9%. Já as mulheres obesas tiveram apenas
40,9%  de taxa de gravidez nos ciclos de
fertilização in vitro realizados.

Nas mulheres com peso normal, as
taxas de abortamento espontâneo ficaram em torno de 13,8%. Dentre as mulheres
com sobrepeso, o índice ficou em 17,8%. Já nas pacientes obesas, essas taxas
foram de 66,6%.

Uma pessoa com Índice de Massa
Corporal (IMC) acima de 30 é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo-se
o peso da pessoa em quilos por sua altura ao quadrado.  Para a realização da pesquisa, as  pacientes foram divididas em três grupos de
acordo com seu IMC. Um dos grupos era de pacientes com IMC menor ou igual a 25,
ou seja, com o peso normal; o outro era formado por pacientes com sobrepeso e
IMC entre 26 e 30. O terceiro grupo era de pacientes com IMC superior a 30,
aquelas que sofrem de obesidade.

Obesidade e infertilidade feminina

A obesidade e o sobrepeso causam
diversas consequências para a saúde. Uma delas é a infertilidade. O excesso de
peso afeta o processo de ovulação. A produção de estrogênio, hormônio sexual
feminino, está associada à gordura corporal e o seu excesso no organismo causa
um desequilíbrio hormonal e diminui as chances de engravidar naturalmente.

O excesso de peso também diminui
as chances de obter resultados positivos nos tratamentos envolvendo as técnicas
de reprodução humana assistida. As probabilidades de insucesso no tratamento e
na gravidez aumentam significativamente em pacientes obesos.

Além de causar infertilidade,
elevar as taxas de aborto e aumentar os riscos da gravidez, a obesidade pode
causar complicações sérias, colocando a vida da mãe e do bebê em risco durante
e após o parto. Mulheres obesas apresentam um risco muito maior de partos
prematuros, hipertensão arterial, diabetes relacionada à gestação e
pré-eclâmpsia. Essas mulheres também apresentam, com mais frequência, infecções
de feridas cirúrgicas e complicações anestésicas. 

Foto: Reprodução

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