Primeira mulher a dirigir a Sociedade Ortopédica recebe medalhão da presidência
O evento ocorre durante o 49º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, no Centro de Convenções Goiânia
A professora Dra. Patricia Moraes Barros Fucs, especialista em Ortopedia Pediátrica, recebe nesta quinta-feira (16), durante o 49º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, no Centro de Convenções Goiânia, o medalhão que é o símbolo da presidência da entidade que congrega mais de 13 mil ortopedistas brasileiros.
A plataforma para sua eleição foi centrada no aperfeiçoamento da educação ortopédica, pois entende que apenas com ortopedistas bem formados, capacitados e que acompanhem a constante evolução mundial da especialidade, será possível oferecer o atendimento especializado a que fazem jus os 207 milhões de brasileiros que são sua clientela potencial. Patrícia vê o Brasil como um País pobre, com umas ilhas de excelência ortopédica em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, entre outras. O desafio é multiplicar essa qualidade de atendimento, levando-a a todos os recantos do País.
Para isso, entende ser necessário que os ortopedistas continuem a receber informações relevantes de Educação Continuada e também pressionem por políticas corretas de Saúde Pública, para que possam exercer a Ortopedia com excelência. A valorização do trabalho do ortopedista é um passo fundamental, há a necessidade de melhorar o sistema de saúde pois os especialistas necessitam de condições adequadas, tanto na remuneração quanto nas condições de trabalho, para executar seu papel e beneficiar a população por eles assistida. O ortopedista pouco pode fazer se for trabalhar numa região sem a infraestrutura hospitalar adequada, sem acesso a equipamentos para exames de imagem, por vezes sequer um raio-X e sem centros cirúrgicos e instrumentação. Temos que fazer com que todos os recursos atuais estejam disponíveis para os nossos pacientes, diz ela.
A preocupação com a universalização do bom atendimento se reflete na composição da chapa com que concorreu à Presidência, pois os diretores que escolheu, Moisés Cohen, Gleydson Gomes Godinho, Marcus Vinicius Malheiros Luzo, Vincenzo Giordano Neto, Sandro da Silva Reginaldo, Fernando Antonio Mendes Façanha Filho, Rafael Trevizan Ortiz, Paulo Lobo Júnior e Jamil Faisal Soni representam todas as regiões brasileiras, pois entre eles há especialistas do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília e Paraná.
Patrícia, que é formada e fez doutorado na Santa Casa de São Paulo, especializou-se nos Estados Unidos no Hospital de Crianças DuPont, em Delaware e na Universidade de Stanford, na Califórnia. Também realizou outro fellowships no Hospital de Crianças de Melbourne, na Austrália.
É professora de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e, na Santa Casa, chefia o Grupo de Doenças Neuromusculares. É membro ativo da SBOT de longa data, com participação nas diretorias passadas.
Na especialidade foi presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, presidente da Sociedade Latino-Americana de Ortopedia Infantil, membro de vários comitês da Sociedade Norte Americana de Ortopedia Pediátrica. Na SICOT – Societè Internationale de Chirurgie Orthopédique et de Traumatologie – Sociedade Internacional de Ortopedia e Traumatologia foi representante do Brasil, posteriormente tesoureira por duas gestões e é presidente do Comitê de Ortopedia Pediátrica.
Não preocupa a nova presidente da SBOT o fato de ser, depois de mais de 80 anos de história, a primeira mulher à frente da instituição. Pelo contrário, diz ela, embora as ortopedistas sejam relativamente poucas, 581 associadas, ao escolher uma mulher para presidir a SBOT, os ortopedistas comprovaram a maturidade de sua sociedade, levando em conta a plataforma, as propostas apresentadas e os desafios, não sendo importante o gênero de quem os apresentava.
A preocupação da especialista não se limita à área médica, pois há muito tempo luta pela melhoria do nível educacional da população brasileira e acredita que a educação é vital para o exercício consciente da cidadania e para o aprimoramento da Democracia, com a eleição de congressistas efetivamente empenhados na construção de um País melhor.