CPMI da JBS pede investigação contra Janot e indiciamento dos irmãos Batista
Carlos Marun também retirou do relatório o pedido que estava no sub-relatório do deputado Wadih Damous (PT-RJ) para a criação de uma nova CPMI para discutir a instituição de delações premiadas
Com os votos contrários dos
deputados Delegado Francischini (SD-PR), João Gualberto (PSDB-BA) e Hugo Leal
(PSB-RJ), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) da JBS aprovou nesta
quinta-feira (14) o relatório final elaborado pelo deputado Carlos Marun
(PMDB-MS), que pede que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e de
seu ex-chefe de gabinete Eduardo Pelella, sejam investigados.
Alvo de muitas críticas em função
do pedido de indiciamento de Rodrigo Janot e Eduardo Pelella, em uma primeira
versão do relatório apresentada na terça-feira (12), Marun desistiu, e em vez
de pedir o indiciamento, ele pediu que os dois sejam investigados pelo
Ministério Público, inclusive com a quebra dos sigilos telefônico e telemático.
Ao justificar o recuo, o futuro
ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política de
Temer, disse que refletiu e percebeu que não havia provas de materialidade
concreta para enquadrar Janot e Pelella nos crimes de prevaricação, incitação à
subversão e calúnia ou difamação do presidente da República.
No entanto, o relatório pede o
indiciamento dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do ex-executivo da JBS
Ricardo Saud e do ex-procurador da República Marcelo Miller.
Carlos Marun também retirou do
relatório o pedido que estava no sub-relatório do deputado Wadih Damous (PT-RJ)
para a criação de uma nova CPMI para discutir a instituição de delações
premiadas. Porém, o documento sugere que um projeto com o objetivo de rever as
regras desse instrumento seja debatido no Congresso.
Com a aprovação do relatório
final a CPMI encerra os trabalhos. As conclusões serão encaminhadas à Mesa do
Congresso para que encaminhe o documento aos órgãos responsáveis, inclusive o
Ministério Público, para as devidas providências.
A votação estava prevista para
quarta-feira (13), mas as sessões do Congresso Nacional para apreciar vetos e
votar o Orçamento de 2018 não permitiram. Pelo regimento interno das duas
Casas, as comissões não podem deliberar se o plenário estiver na Ordem do Dia.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agb