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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Decisão

Camex não aplicará medidas protetivas na importação de aço da China e Rússia

Se aplicada, a medida restringiria a prática de dumping, em que empresas vendem produtos com um preço abaixo do valor do mercado tendo assim vantagens sobre os produtos nacionais

Postado em 18 de janeiro de 2018 por Márcio Souza
Camex não aplicará medidas protetivas na importação de aço da China e Rússia
Se aplicada

A Câmara de Comércio Exterior
(Camex) decidiu nesta quinta-feira (18) não aplicar medidas de proteção contra
laminados de aço vendidos por empresas da China e da Rússia ao Brasil. Se
aplicada, a medida restringiria a prática de dumping, em que empresas vendem
produtos com um preço abaixo do valor do mercado tendo assim vantagens sobre os
produtos nacionais.

Segundo o ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira, a Camex decidiu, por enquanto, investigar a
atuação de cinco empresas suspeitas de praticar preços artificialmente
reduzidos, o que é proibido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). De
acordo com o ministro, a medida de taxação dos produtos importados desses
países fica suspensa por um ano, mas pode ser revista a qualquer momento.

“Fica suspensa a aplicação do
direito antidumping e esse mercado ficará, portanto, sendo observado. Havendo a
volta da prática dessas ações desleais de comércio, o governo brasileiro
poderá, digamos, cancelar a suspensão e efetivar a aplicação. A mensagem que o
governo brasileiro dá é de que não há tolerância a prática de dumping e havendo
o retorno dessa prática a medida será efetivada.”, explicou o ministro.

Dyogo Oliveira disse que aço
laminado é muito utilizado pela indústria automobilística, de eletrodoméstico e
de bens de capital e que as importações das empresas investigadas por dumping
representam apenas 6% do mercado. Ele relatou que a Camex observou que nos
últimos dois anos “já houve uma redução significativa das importações dessas
empresas e aumento dos preços”.

“O que observamos é que em
virtude das consequências que poderia de aumento de preço, aumento de custo, de
redução de atividade economia, a decisão mais acertada seria aprovar o
antidumpig, suspender a sua aplicação e manter esse mercado sob avaliação”,
acrescentou Oliveira.

Em nota, a Camex reiterou que “a
suspensão do direito é uma medida de exceção, definida após análise de seu
impacto na economia nacional”. Segundo o colegiado, a suspensão poderá ser
revertida com base no monitoramento das importações.

A decisão sobre a aplicação do
direito antidumping ocorreu em reunião extraordinária do conselho de ministros
da Camex realizada nesta manhã (18) no Palácio do Planalto. A Camex é
responsável por formular e implementar políticas relativas ao comércio
exterior, incluindo o turismo, com o objetivo de promover os investimentos e a
competitividade do país. O colegiado é composto por integrantes dos ministérios
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Planejamento, da Fazenda,
Agricultura, Transportes, entre outros órgãos. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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