Com desfile marcado por tom politizado, Beija-Flor é campeã
Críticas à corrupção e à exclusão social foram alguns dos temas abordados pela Escola de Nilópolis. Outras escolas seguiram tendência
O Carnaval do Rio de Janeiro já conhece a escola de samba campeã do grupo especial. Em duas noites marcadas pelos protestos, a Beija-Flor chocou o público em um desfile marcado por interpretações do caos político e social que vive o país.
Na avenida, estiveram encenações da violência no Rio com crianças em caixões e mães chorando por filhos policiais assassinados.
O resultado ficou impresso no público, que mesmo após o fim do desfile, que começou com certo atraso, recebeu aplausos do público – e dos próprios jurados.
A corrupção no Brasil foi outro tema posto em voga, apresentando entre outras esquetes um carro alegórico com presidiários com telefones celulares. Campeã em 2003, quando homenageou o então presidente Lula, este foi o primeiro desfile da agremiação que abordou questões políticas desde então.
Tendência
Outras escolas também deixaram em evidência os problemas sociais enfrentados pela população brasileira. Com o Enredo “Com Dinheiro ou Sem Dinheiro, Eu Brinco”, a Mangueira fez duras críticas ao prefeiro do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, representado na avenida por um Judas.
A Paraíso do Tuiuti, por sua vez, trouxe para o debate questões relacionadas à escravidão, que em 2018 completa 130 anos desde seu fim. Nas alegorias, um grupo de escravos traficados da África e uma imagem gigante do presidente Michel Temer, trajado de vampiro.