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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Medidas

BC trabalha para que juros do crédito caiam mais rapidamente

Ilan Goldfajn destacou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve anunciar em abril medidas relacionadas ao cheque especial, mas não deu detalhes sobre as mudanças

Postado em 29 de março de 2018 por Victor Pimenta
BC trabalha para que juros do crédito caiam mais rapidamente
Ilan Goldfajn destacou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve anunciar em abril medidas relacionadas ao cheque especial

O Banco Central continuará trabalhando para que haja queda de
juros do crédito mais rápida, afirmou o presidente da autarquia, Ilan Goldfajn,
ao apresentar hoje (29) o Relatório de Inflação, em Brasília. Ele destacou que
a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve anunciar em abril medidas
relacionadas ao cheque especial, mas não deu detalhes sobre as mudanças.

Goldfajn lembrou que nesta semana o BC anunciou medidas para
baratear o custo de uso das máquinas de cartão de crédito pelos lojistas, com
objetivo de reduzir os preços cobrados dos consumidores.

Ontem, o BC também anunciou a redução dos depósitos compulsórios,
o que libera mais recursos para os bancos emprestarem aos clientes. Para o BC,
a redução dos compulsórios pode resultar na diminuição do spread bancário –
diferença entre os juros que o banco paga ao investidor que empresta a ele e as
taxas cobradas de quem contrai operações de crédito.

Para o presidente do BC, os efeitos do ciclo atual de cortes
na taxa básica, a Selic, nos juros dos empréstimos “estão mais ou menos
compatíveis com outros episódios [de redução da Selic] do passado”. “Esta
semana, tivemos várias medidas ligadas à concorrência, ligadas a custos. Vamos
continuar fazendo isso”, afirmou.

Neste mês, a Selic foi cortada pela 12ª vez seguida, chegando
a 6,5% ao ano, o menor nível da história. Já taxa média de juros para as
famílias alcançou 57,7% ao ano, em fevereiro, com redução de 15,8 pontos
percentuais em 12 meses. A taxa do cheque especial ficou em 324,1% ao ano, com
redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses.

Inflação

Goldfajn enfatizou que é preciso balancear a necessidade de
garantir uma velocidade adequada da volta da inflação para a meta e, ao mesmo
tempo, assegurar que essa “conquista” e dos juros mais baixos se mantenha por
tempo prolongado. Para o presidente do BC, o objetivo que é seja uma mudança
“mais estrutural e não só conjuntural”.

“A economia brasileira precisa continuar com os ajustes e
reformas. As projeções do Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central]
embutem as reformas. Não é uma questão de curto prazo, mas uma questão de
continuarem a ser implementadas”, disse, destacando a reforma da Previdência e
o projeto de autonomia do Banco Central, que será enviado ao Congresso Nacional
pelo governo. Para Goldfajn, a votação do projeto de autonomia do BC pode
ocorrer ainda este ano. “ E sse projeto está andando bem e o governo está
avaliando a melhor forma legislativa de encaminhar esse projeto, está indo de acordo
com o esperado”, destacou.

Ilan Goldfajn acrescentou que os riscos para a inflação e a
economia brasileira estão na interrupção desses ajustes e reformas e de
mudanças no cenário internacional, atualmente benigno para a economia
brasileira.

No relatório divulgado hoje, o BC revisou a projeção para a
inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que
passou de 4,2% para 3,8%, neste ano. A estimativa ficou mais distante do centro
da meta de inflação, que é 4,5% neste ano. Para 2019, a projeção para o IPCA
caiu de 4,2% para 4,1%. A estimativa para 2020 passou de 4,1% para 4%. A meta
para 2019 é 4,25% e, para 2020, 4%. O intervalo de tolerância é 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo.

Goldfajn reforçou que a Selic pode voltar a ser reduzida na
próxima reunião do Copom, em maio, e deve haver uma interrupção do ciclo de
cortes em junho. O presidente do BC destacou que, em junho, os efeitos de
alterações da Selic na inflação serão sentidos “majoritariamente” em 2019, devido
à defasagem. “Quando a gente olhar no meio do ano e tiver olhando
majoritariamente para 2019, vamos analisar o que já ocorreu, as projeções, os
riscos e só depois tomar uma decisão. Isso significa que podemos pausar por
algum tempo [o ciclo de cortes da Selic]”, afirmou.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Internet)

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