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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Acordo

Uganda negocia com Israel para receber refugiados africanos

Em janeiro, Israel anunciou um plano de deportação em massa que seria aplicado a 32 mil dos 38 mil imigrantes africanos que se estima que há no país

Postado em 13 de abril de 2018 por Victor Pimenta
Uganda negocia com Israel para receber refugiados africanos
Em janeiro

Uganda está negociando com Israel para acolher cerca de 500
refugiados eritreus e sudaneses, entre os milhares que o governo israelense
quer deportar, informou nesta sexta-feira (13) o secretário de Estado de
Preparação para Alívios e Desastres do país africano, Musa Ecweru.

Em comunicado, Ecweru afirmou que os refugiados, antes de sua
possível instalação em Uganda, “terão que superar um rigoroso processo de
apuração para verificar sua idoneidade para a concessão de asilo no país”.

O anúncio aconteceu depois da publicação de informações
jornalísticas que falavam que Uganda e Israel tinham assinado um acordo para a
transferência dessas pessoas, em troca de apoio militar e econômico israelense
para o país africano.

O Executivo de Uganda tinha negado essa informação até hoje,
quando o secretário de Estado admitiu que “o governo e o ministério estão
considerando positivamente o pedido”.

Acordo cancelado

No último dia 3, o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, cancelou o acordo firmado com o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (Acnur) para evitar a deportação forçada de 32 mil
imigrantes africanos, que previa a permanência de metade dessas pessoas em solo
israelense e transferisse os restantes para países ocidentais.

A maioria dos imigrantes e solicitantes de asilo africanos,
que chegaram ao território israelense entre 2006 e 2012, vive na zona sul de
Tel Aviv. Parte da população israelense desses bairros vem protestando com
firmeza contra a presença desses milhares de imigrantes há anos.

Em janeiro, Israel anunciou um plano de deportação em massa
que seria aplicado a 32 mil dos 38 mil imigrantes africanos que se estima que
há no país, a maioria eritreus e sudaneses, excluindo 6 mil, que são menores de
idade ou casais com filhos pequenos, e começaram a entregar as ordens de
deportação a partir de fevereiro.

O plano foi alvo de rejeição social, com protestos que
reuniram multidões contrárias à medida do governo e membros de todo o espectro
da sociedade civil israelense manifestando solidariedade aos imigrantes.

 Fonte: Agência Brasil e Agência EFE.

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