Briga entre cães: como conciliar a vida dos peludos?
Veterinária aponta algumas dicas para evitar esse mal-estar entre os pets
Cuidar de mais de um cachorro em casa nem sempre é uma tarefa fácil. São diversos os motivos que podem levar os peludos a brigarem entre si. Os mais comuns são: posse (do dono, de comida ou de algum objeto) e estresse – que pode ser causado pela falta de socialização, espaço, interação com o tutor e atividade física. Muitas vezes é possível identificar antes mesmo da briga ocorrer e evitar o desastre. Mas quando a situação foge do controle, é preciso tomar atitudes positivas para que este tipo de confronto não volte a acontecer. Pensando nisso, a veterinária Ingrid Stein, da DogHero, plataforma que conecta mães e pais de cachorro a anfitriões que hospedam os pets em casa, separou algumas dicas.
Descubra o gatilho
Sabendo a causa das brigas, fica mais fácil modificar o ambiente e diminuir as chances de novos confrontos. “Isso é muito importante, porque quanto mais os cães brigam, maior será a tensão entre eles. E, conforme vão ficando ‘melhores’ nas brigas, mais difícil será para eliminar esse comportamento”, explica Ingrid.
Coloque-os para gastar energia
Mantenha uma agenda regrada de exercícios diários com os cães juntos, um ao lado do outro. É fundamental que a atividade seja suficiente para drenar a energia deles e que a atenção seja igual para todos.
Ponha limites
Treinos de obediência e imposição de regras e limites são dois pilares fundamentais para o bom comportamento. Desse modo, você consegue ter o controle da situação e eles compreendem claramente como se comportar. Procure ajuda de um adestrador profissional.
Associação positiva
É importantíssimo que você sempre associe a presença do outro cão a algo positivo. Não incentive disputas – inclusive por ciúmes do tutor. Se possível, o ensine um novo comportamento frente aquele agressor.
Aplique a técnica
Separe-os, ambos na coleira, com a guia curta e cada um controlado por uma pessoa – elas devem ficar lado-a-lado, a uns três passos de distância, deixando os cães nas laterais opostas. A ideia é mantê-los perto um do outro sem que fiquem se encarando. Sempre que estiverem calmos, sem rosnar ou se importar com o outro, ofereça petiscos e palavras de incentivo para frisar que a companhia do outro é positiva.
Após alguns minutos fazendo esse exercício, é possível caminhar com eles lado a lado, mantendo a mesma conduta de não deixar eles se olharem fixamente – até que a presença do outro cão não seja mais um incômodo.
O próximo passo é colocar um para cheirar o bumbum do outro. Segure a guia curta para que não briguem e ofereça petiscos para aquele que está sendo cheirado. Quando os animais estiverem à vontade com esses exercícios, tente deixá-los com a guia frouxa. Permita que eles se aproximem um do outro e se movam mais naturalmente. Faça isso apenas se sentir seguro. Quando achar que estão prontos, coloque os cães para fazer atividades juntos: brincadeiras e passeios. É importante que esse treino seja feito com muita segurança e consistência. Às vezes essa aproximação pode levar semanas e, em alguns casos, é necessário contar com um profissional para guiar o processo.
Atenção à saúde
Mudanças bruscas de comportamento nos cães, como ficar mais irritadiço, podem significar problemas de saúde. Cães com dor, por exemplo, tendem a ficar menos tolerantes à aproximação. Nesses casos, é fundamental a visita a um veterinário.
Castração
A castração pode ser uma boa opção para cães que brigam por disputa de território (machos) ou por cio (fêmeas). “A testosterona é produzida nos testículos e é um hormônio intimamente relacionado com a agressividade. Na castração é feita a retirada do testículo e, portanto, os níveis desse hormônio caem consideravelmente e os animais ficam menos agressivos”, finaliza a veterinária Ingrid.