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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
UFG

Curso de Agronomia da UFG tem professor demitido após denúncias

Américo José dos Santos Reis, foi o primeiro docente a ser demitido pela instituição depois de algumas denúncias de assédio sexual.

Postado em 23 de junho de 2018 por Guilherme Araújo
Curso de Agronomia da UFG tem professor  demitido após denúncias
Américo José dos Santos Reis

Professor da UFG é demitido após conclusão de Processo Administrativo envolvendo assédio sexual | Foto: Divulgação

O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Américo José dos
Santos Reis, foi o primeiro docente a ser demitido pela instituição depois de
algumas denúncias de assédio sexual. Segundo a Coordenação de Processos
Administrativos da UFG expõem a quantidade de processos instaurados pela
universidade entre 2013 e 2018, estão em cerca de 65 processos  iniciados, até o momento. Assédios morais
lideram a lista com 48% dos registros, seguido de assédio sexual (34%) e
discriminação (18%).

Com nove anotações, o ano de 2017 foi o campeão de registros de assédio
sexual, três a mais que em 2016. Apesar do desligamento do professor, neste ano
ainda não foram iniciados processos do gênero. Até o momento, processos
resultaram em um desligamento, duas suspensões, duas advertências, quatro
aberturas de processos administrativos e oito arquivamentos. Quatro pessoas
ainda aguardam julgamento e há três processos em andamento para apurar casos de
assédio sexual.

A UFG declarou que não irá se
manifestar sobre o caso, pois o processo é sigiloso. Procurado, o professor
também afirmou que não irá comentar o caso. No entanto, segundo o Sindicato dos
Docentes das Universidades Federais (Adufg Sindicato) Américo ingressou a UFG
em 12/03/2004 e as denúncias foram registradas em 2012, de forma simultânea.

Conforme explica Flávio Alves
da Silva, presidente da entidade, o caso foi acompanhado pela Adufg Sindicato.
“Acompanhamos todos os processos e, pela primeira, vez a UFG optou pelo
desligamento. È uma situação lamentável e, de fato, repudiamos esse tipo de
conduta realizada por pessoas com alto grau de instrução”.

Para ele, que também é docente
da Escola de Agronomia, a UFG tem uma atuação aquém do esperado em casos de
abuso. “O grande mal do serviço público é o corporativismo, que é você defender
cegamente os seus. Não concordo com isso. Quem errou tem que pagar, desde que
haja comprovação e direito a ampla defesa. Não só a UFG, mas todas as
instituições, públicas ou privadas, precisam tomar atitudes mais enérgicas em
relação a esse problema, que é repugnante e não deve existir em lugar nenhum,
afinal, não é não”.

Estupro

Um caso de estupro
supostamente praticado por um professor da Medicina Veterinária da UFG contra
uma aluna de Jataí também ganhou repercussão. O imbróglio estimulou até o início
de um inquérito civil para apurar omissões da universidade.

Segundo denúncia do
Ministério Público Federal, o crime foi praticado em dezembro de 2016, embora
assédios sexuais tenham ocorrido desde agosto, presencialmente ou por mensagens em redes sociais.

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