Curso de Agronomia da UFG tem professor demitido após denúncias
Américo José dos Santos Reis, foi o primeiro docente a ser demitido pela instituição depois de algumas denúncias de assédio sexual.
O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Américo José dos
Santos Reis, foi o primeiro docente a ser demitido pela instituição depois de
algumas denúncias de assédio sexual. Segundo a Coordenação de Processos
Administrativos da UFG expõem a quantidade de processos instaurados pela
universidade entre 2013 e 2018, estão em cerca de 65 processos iniciados, até o momento. Assédios morais
lideram a lista com 48% dos registros, seguido de assédio sexual (34%) e
discriminação (18%).
Com nove anotações, o ano de 2017 foi o campeão de registros de assédio
sexual, três a mais que em 2016. Apesar do desligamento do professor, neste ano
ainda não foram iniciados processos do gênero. Até o momento, processos
resultaram em um desligamento, duas suspensões, duas advertências, quatro
aberturas de processos administrativos e oito arquivamentos. Quatro pessoas
ainda aguardam julgamento e há três processos em andamento para apurar casos de
assédio sexual.
A UFG declarou que não irá se
manifestar sobre o caso, pois o processo é sigiloso. Procurado, o professor
também afirmou que não irá comentar o caso. No entanto, segundo o Sindicato dos
Docentes das Universidades Federais (Adufg Sindicato) Américo ingressou a UFG
em 12/03/2004 e as denúncias foram registradas em 2012, de forma simultânea.
Conforme explica Flávio Alves
da Silva, presidente da entidade, o caso foi acompanhado pela Adufg Sindicato.
“Acompanhamos todos os processos e, pela primeira, vez a UFG optou pelo
desligamento. È uma situação lamentável e, de fato, repudiamos esse tipo de
conduta realizada por pessoas com alto grau de instrução”.
Para ele, que também é docente
da Escola de Agronomia, a UFG tem uma atuação aquém do esperado em casos de
abuso. “O grande mal do serviço público é o corporativismo, que é você defender
cegamente os seus. Não concordo com isso. Quem errou tem que pagar, desde que
haja comprovação e direito a ampla defesa. Não só a UFG, mas todas as
instituições, públicas ou privadas, precisam tomar atitudes mais enérgicas em
relação a esse problema, que é repugnante e não deve existir em lugar nenhum,
afinal, não é não”.
Estupro
Um caso de estupro
supostamente praticado por um professor da Medicina Veterinária da UFG contra
uma aluna de Jataí também ganhou repercussão. O imbróglio estimulou até o início
de um inquérito civil para apurar omissões da universidade.
Segundo denúncia do
Ministério Público Federal, o crime foi praticado em dezembro de 2016, embora
assédios sexuais tenham ocorrido desde agosto, presencialmente ou por mensagens em redes sociais.