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sábado, 23 de novembro de 2024
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Polêmica

Trump insiste em deportar ‘imediatamente’ imigrantes ilegais

Enquanto dezenas de milhares de pessoas protestavam em 750 cidades dos Estados Unidos contra sua política migratória, Trump manteve sua posição e insistiu na proposta

Postado em 1 de julho de 2018 por Márcio Souza
Trump insiste em deportar 'imediatamente' imigrantes ilegais
Enquanto dezenas de milhares de pessoas protestavam em 750 cidades dos Estados Unidos contra sua política migratória

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu hoje
(30) que os imigrantes que entram ilegalmente no país deveriam ser deportados
“imediatamente”, sem que tenham a oportunidade de expor sua situação
para um juiz, apesar de isso representar uma violação do princípio do devido
processo legal.

Enquanto dezenas de milhares de pessoas protestavam em 750
cidades dos Estados Unidos contra sua política migratória, Trump manteve sua
posição e insistiu na polêmica proposta que lançou na semana passada para
privar os imigrantes ilegais do direito de expor diante de um juiz de imigração
suas reivindicações de asilo.

“Quando as pessoas entram ilegalmente em nosso País,
devemos IMEDIATAMENTE devolvê-los, sem passar por anos de manobras legais. As
nossas leis são as mais tolas de todo o mundo”, escreveu o presidente
americano no Twitter.

Trump publicou esse tweet quando muitos dos grandes
protestos nas principais cidades do país já tinham terminado, mas não fez
comentários sobre as manifestações, que pediam a reunificação das famílias de
imigrantes separadas desde abril e o fim da criminalização dos imigrantes
ilegais.

Milhares de manifestantes se reuniram em frente à Casa
Branca, mas Trump não pôde vê-los ali porque está passando o fim de semana em
seu clube privado de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jersey.

Cumprir a exigência de Trump de deportações imediatas implicaria
fazer mudanças no marco legislativo do país, que prevê que os imigrantes
detidos devido a seu status legal têm o direito de serem ouvidos por um juiz,
que decide se eles devem ser expulsos ou se podem permanecer no país porque têm
direito a um pedido de asilo.

Em 2004, o governo de George W. Bush estabeleceu que podem
ser deportados de maneira expressa os imigrantes que chegaram ilegalmente aos
EUA nos últimos 14 dias e que, no momento de sua detenção, se encontram a 160
quilômetros da fronteira.

Por sua vez, essa norma para as chamadas “devoluções
imediatas” só pode ser imposta a mexicanos e canadenses. Trump, no
entanto, tentou estendê-la – sem sucesso – no começo de seu mandato aos
centro-americanos, que representam a maioria dos imigrantes ilegais que chegam
ao país pela fronteira sul.

Em outros dois tweets, Trump também defendeu à principal
agência encarregada das deportações nos EUA, o Serviço de Imigração e Controle
Alfandegário (ICE, na sigla em inglês), frente aos pedidos de alguns legisladores
democratas para eliminá-lo.

“Os democratas estão pressionando forte para abolir o
ICE, um dos grupos mais inteligentes, mais duros e mais espirituosos de homens
e mulheres encarregados de aplicar a lei que jamais vi”, indicou Trump. O
presidente pediu aos funcionários do ICE que “não se preocupem”, pois
a chance de os democratas acabarem com a agência é “zero” e que isto
“nunca vai acontecer”.

A inesperada vitória nas prévias democratas em Nova York
para a disputa de uma vaga na Câmara dos Representantes dos EUA de Alexandria
Ocasio-Cortez, uma jovem latina que propôs lutar pela abolição do ICE, levou
alguns nomes conhecidos do partido a aderirem a sua proposta, entre eles as
senadoras Kirsten Gillibrand e Elizabeth Warren.

 (Agência EFE)

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