Nesta quarta-feira completa 70 anos da morte de Monteiro Lobato
Precursor da literatura infantil brasileira, Lobato deixou como legado, suas obras que inspiram até hoje.
Guilherme Melo*
Uma
boneca de pano criativa, o visconde de sabugosa inteligente e os quitutes da
tia Anastácia, são personagens de uma das maiores obras da literatura infantil,
O Sitio do Pica Pau Amarelo. Uma série de livros do autor paulista Monteiro
Lobato, que nesta quarta-feira (4) completa 70 anos de sua morte.
Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, Lobato foi um
precursor na literatura infantil no Brasil. Foi através de uma linguagem
infantil que ele encontrou a formula para preparar as crianças para corrigir,
no futuro, os erros que ele via no Brasil do início do século XX
No livro “Urupês”, que Monteiro Lobato retrata a
imagem do caipira brasileiro, onde destaca a pobreza e a ignorância do caboclo,
que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura. O Jeca Tatu é um flagrante do
homem e da paisagem do interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista
utilizado por Rui Barbosa em sua campanha presidencial de 1918. Na quarta
edição do livro, Lobato pede desculpas ao homem do interior.
Dois dias após conceder a Murilo Antunes Alves, da Rádio Record,
a sua última entrevista, na qual defendeu a Campanha de O Petróleo é Nosso,
Monteiro Lobato sofreu um segundo espasmo cerebral e faleceu às 4 horas da
madrugada, no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade. Sob forte comoção
nacional, seu corpo foi velado na Biblioteca Municipal de São Paulo e o
sepultamento realizado no Cemitério da Consolação.
O Repórter Esso, na voz de Heron Domingues, assim anunciou sua
morte, depois de um pequeno silêncio: “E agora uma notícia que entristece
a todos: Acaba de falecer o grande escritor patrício Monteiro Lobato!”. Lobato
deixou como legado suas obras, que ainda hoje servem de inspiração e exemplo para
milhares de crianças, jovens e adultos do Brasil.