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sábado, 23 de novembro de 2024
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Paço deve adiar reforma da previdência para após as aleições

Líder do prefeito, Tiãozinho Porto levantou possibilidade
de discussões avançarem somente após as eleições

Postado em 17 de agosto de 2018 por Sheyla Sousa
Paço deve adiar reforma da previdência para após as aleições
Líder do prefeito

Vereador Tiãozinho Porto afirmou que o importante é votar a matéria, mesmo sem data

Venceslau Pimentel* 

A votação do projeto de lei que reestrutura o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos Municipais (RPPS), que o prefeito Iris Rezende (MDB) enviou à Câmara de Goiânia no início de julho, pode acontecer somente após as eleições. A possibilidade foi aventada ontem pelo vereador Tiãozinho Porto (PROS), líder do prefeito na Câmara e que vem conduzindo o processo de negociação para a aprovação da matéria.

“Algumas pessoas me perguntam se não seria mais prudente deixar a votação para depois das eleições. Se a gente achar que isso é necessário, faremos com tranquilidade. O importante é votarmos essa matéria, que pode ser daqui a 10 dias, 15 dias ou daqui a um mês”, disse o parlamentar.

A ponderação do líder do prefeito leva em consideração o fato de que mais de dez vereadores, dos 35 com assento na Câmara, vão disputar mandato nas eleições de outubro. Com isso, os candidatos ficam mais suscetíveis à pressão dos servidores públicos municipais, que desde o início da semana têm feito uma espécie de vigília, sempre acompanhando as sessões, proferindo palavras de ordem contra a aprovação da matéria.

A insatisfação da categoria se concentra, especificamente, em relação à alíquota de cobrança da contribuição, que tem previsão de passar de 11% para 14%.

Tiãozinho diz considerar justa a manifestação dos servidores, na defesa de seus direitos, mas assegura que tem discutido o projeto com representes dos sindicatos da categoria, visando atender aos pleitos que têm sido apresentados. Porém, afirma que se o projeto não for aprovado ainda este ano o sistema previdenciário municipal pode entrar em colapso, já que vem acumulando um rombo de R$ 35 milhões.

Mas o primeiro desafio da base aliada ao Paço é aprovar a proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), onde a oposição tem a maioria dos votos. O primeiro projeto tratando da restruturação da previdência foi enviado pelo prefeito no primeiro semestre deste ano, mas foi arquivado na CCJ.

A vantagem agora é que a relatoria está a cargo do vereador Wellington Peixoto (MDB), aliado do Paço, e não mais com a oposição. Ele confirma que o principal entrave para a aprovação da matéria se refere ao aumento da alíquota. Mas lembra que, ao contrário do projeto anterior, o novo texto propõe o escalonamento, estabelecendo 12% para 2019, 13% para 2020 e 14% em 2021.

“Isso demonstra que o prefeito está preocupado realmente em salvar o instituto de Previdência Social do Município (IPSM) e fazer algo que dure ao longo dos anos, e não tampar um buraco temporariamente”, diz Peixoto.

Reunião extra

Assim como o líder Tiãozinho Costa, Wellington Peixoto assegura que a proposta tem sido discutida com a categoria e informa que a prefeitura tem cedido em alguns pontos para atender reivindicações dos servidores. Os dois vereadores adiantaram que a CCJ tem previsão de se reunir hoje, extraordinariamente. Caso isso ocorra, há a possibilidade de o relatório ser apreciado na reunião.

Para Iris Rezende, somente com a aprovação do projeto será possível sanear o déficit atuarial e as dívidas e melhorar dos processos de gestão do Instituto de Previdência Social (IPSM) e, assim, garantir a sustentabilidade das aposentadorias. (*Especial para O Hoje) 

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