Marconi Perillo é preso pela PF, na Operação Cash Delivery
Ex-governador foi à sede da Polícia Federal para prestar depoimento, em investigação que apura possível recebimento de recursos da empreiteira Odebrech
Ao comparecer à sede da Polícia
Federal para prestar depoimento na Operação Cash Delivery, na tarde desta quarta-feira (10), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) foi preso. Anteriormente o
Ministério Público Federal havia informado não ter pedido a prisão do político porque
a legislação eleitoral não permitia, já que ele concorria ao Senado.
No último dia 28 a operação foi deflagrada no Estado e cumpriu mandado de buscas e apreensão em endereços ligados ao ex-governador. Na data, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) foi preso preventivamente. Além dele, também foram detidos o filho de Jayme, Rodrigo Godoi Rincón, o empresário Carlos Alberto Pacheco, o motorista de Rincón, o policial militar Márcio Garcia Moura, e o ex-PMPablo Rogério de Oliveira. Na casa de Márcio,foram encontrados pela Polícia Federal R$ 940 mil em espécie.
Jayme Rincón foi solto na última sexta-feira (5) através de um habeas corpus, concedido pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás.
A defesa
de Marconi Perillo, advogado Antônio Carlos Almeida de Castro, conhecido como
Kakay, emitiu a seguinte nota.
“A Defesa de Marconi Perillo,
perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data
de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região já concedeu 2 liminares para
determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação,
através de decisões de 2 ilustres Desembargadores. O novo decreto de prisão é
praticamente um “copia e cola de outra decisão de prisão já revogada por
determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o
decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas
decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na
visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento
indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros
investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão
por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores,
afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que
não tenham comtemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão
quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e
optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento
dos fatos . KAKAY”
Até a publicação desta matéria, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal não haviam se pronunciado.