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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Obra parada causa insegurança no Setor Pedro Ludovico

Falta de grades de proteção e sinalização para pedestres na Ponte da 2º Radial deixa travessia perigosa. Chegada das chuvas preocupa a população com o risco de acidentes

Postado em 18 de outubro de 2018 por Sheyla Sousa
Obra parada causa insegurança no Setor Pedro Ludovico
Falta de grades de proteção e sinalização para pedestres na Ponte da 2º Radial deixa travessia perigosa. Chegada das chuvas preocupa a população com o risco de acidentes

Travessia da ponte sem proteção coloca em risco a vida de pedestres que precisam circular pelo local diariamente

Gabriel Araújo*

A ponte na Avenida 2º Radial, sobre o Córrego Botafogo, sofre com a falta de sinalização, grades em bueiros e proteção para os pedestres. O local faz parte das obras de prolongamento da Marginal Botafogo, que estão paradas desde novembro de 2016, e causa preocupação devido ao período chuvoso.

No último mês de abril, a reportagem do jornal O Hoje visitou o local e conversou com a população. Na época a chuva não era uma preocupação, mas as constantes tempestades dos últimos dias lembram o principal problema, a falta de apoio para atravessar o local em períodos chuvosos. Por ser localizada em um declive, toda a água da região converte sobre a ponte, causando uma forte enxurrada e tornando a passagem perigosa.

De acordo com o texto publicado no dia 25 de abril, o local faz parte da obra de ampliação da Marginal Botafogo e, devido à paralisação das ações, acumula lixo e entulho em seu entorno.  Segundo informou, na época, o florista Gleison Ferreira, de 25 anos, a sensação de medo ocorre todas as vezes que passa sobre a ponte. “Falta estrutura, não tem proteção nas laterais e nem nos bueiros. Quanto chove a correnteza aqui é muito forte, se alguém cair aí vai ser uma tragédia”, lembra.

A obra de reurbanização do Córrego Botafogo, para a ampliação da Marginal, está orçada em quase R$ 24 milhões e teve os trabalhos iniciados em junho de 2015 com previsão de conclusão para junho de 2016. De acordo com a prefeitura de Goiânia, o objetivo da obra é desafogar o trânsito da Capital, já que seriam construídos 2,2 km de vias, e ampliar a canalização de uma nova parte do Córrego Botafogo. O dinheiro foi fornecido pelo Ministério de Integração Nacional.

A última obra relativa à ampliação foi encerrada em dezembro de 2016, quando a prefeitura inaugurou a ponte sobre a Rua 1.018, no Setor Pedro Ludovico. A ponte liga a região do Jardim Goiás no sentido norte e sul, local por onde passará a Marginal Botafogo. Os últimos trabalhos realizados foram de terraplenagem da pista da marginal e proteção de encostas.

Para a estudante Ana Clara de Almeida, de 16 anos, que prefere o fluxo de carros diminuir para atravessar a ponte pela via, a situação não deve mudar rapidamente. “A gente passa aqui já faz uns dois anos e aquela estrutura é velha. Não acho que ninguém deve passar por ali, nunca se sabe se vai cair”, completa.

A redação do jornal O Hoje entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) por telefone e e-mail para obter um posicionamento do órgão. Até o fechamento desta edição as informações solicitadas pelo O Hoje não foram respondidas.

Em abril, a Seinfra respondeu os questionamentos do jornal afirmando que uma equipe seria encaminhada ao local para realizar vistoria e programar os serviços necessários.

O órgão afirmou, em abril ainda, que a retomada das obras depende da desapropriação dos moradores situados ao longo da área onde deve passar a Marginal, sendo que processo de desapropriação já está em fase de negociação com os moradores, concluiu.

Estrutura

Após a queda do viaduto no início de fevereiro em Brasília, a menos 200 quilômetros de Goiânia, o Instituto Brasileiro de Perícias e Avaliações de Engenharia de Goiás (Ibape) divulgou um estudo sobre a condição das pontes na Capital. Dados da pesquisa levantam que seis pontes da cidade apresentam riscos de desabamento se não houver nenhuma intervenção por parte do Poder Público no futuro. 

Na época do estudo, O Hoje foi até o cruzamento da avenida T-63 com a Cascavel, no Setor Jardim América. No local foram encontrados problemas na drenagem e rachaduras. O excesso de umidade nas proximidades, principalmente devido ao córrego que passa por baixo da ponte, leva água às lajes e tampas quebradas do sistema de drenagem da pista próxima à ponte, sendo um dos problemas mais perigosos.

Durante a pesquisa foram observados apenas seis viadutos e pontes, sendo que todos apresentaram algum problema estrutural. Para a instituição, os números refletem os trabalhos de prevenção e manutenção nos locais. “Esse número nos dá uma mostra de como está à situação das pontes na cidade. Se não for feito nada vai acontecer como em Brasília”, afirma. 

Obra da Marginal Botafogo só está com 30% completa 

A Marginal Botafogo, uma das principais vias de escoamento da cidade, segue com obras de reestruturação do canal e já conta com cerca de 30% dos trabalhos concluídos. A chegada das chuvas antes do esperado eleva a preocupação. Os trabalhos devem seguir até dezembro.

Com ações em dois pontos, Dolzonan Mattos, titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) afirma que os pontos críticos estão sendo resolvidos de forma emergencial. “Estamos atacando esses problemas para que este seja um trabalho que dure por muitos anos e para que não haja mais riscos de colapso”, afirmou.

Além disso, o Córrego Botafogo, dentro do perímetro que compõe a Marginal de mesmo nome, está recebendo uma camada de concreto para eliminar pontos de assoreamento nos períodos de chuva. De acordo com a Prefeitura Municipal, placas e blocos de concretos foram instalados no local para sinalizar o trecho parcialmente interditado, que vai nos dois sentidos da Avenida Independência à  Araguaia. 

A Prefeitura de Goiânia ainda prevê uma obra de revitalização da Marginal Botafogo, que conta com 14 km de extensão e quase 30 anos. A obra deve durar dois anos e custar R$ 35 milhões. Após as constantes interdições o Paço autorizou a contratação de uma empresa para realizar uma avaliação técnica de todo o percurso da via.

O prefeito Iris Rezende (MDB) afirmou que está buscando recursos para revitalizar toda a via. “Sabemos da importância da Marginal para os goianienses, ninguém mais do que eu quer vê-la toda reestruturada”, afirmou. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), os recursos devem vir do Ministério da Integração Nacional.

Ainda segundo o órgão, os trâmites burocráticos estão adiantados e nos últimos meses foi providenciado o Termo de Referência, uma das etapas mais demoradas do processo de licitação da obra. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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