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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
'Operação Confraria'

Jayme Rincón e presidente da Codego são presos pela PF

Operação é um desdobramento da “Cash Delivery”, que prendeu, em outubro deste ano, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB)

Postado em 6 de dezembro de 2018 por Redação
Jayme Rincón e presidente da Codego são presos pela PF
Operação é um desdobramento da "Cash Delivery"

Delegado Charles Lemes fala para a imprensa sobre a Operação Confraria (Foto: Eduardo Marques)

Eduardo Marques*

O ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) Jayme
Rincón e o presidente da Codego, Júlio Vaz, foram presos nesta quinta-feira (6/12) pela Polícia Federal . A ação faz parte da Operação
Confraria, que apura a suspeita de cobrança, recebimento e a ocultação de propinas indevidas a agentes públicos por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). A operação é um desdobramento da “Cash Delivery”, que prendeu, em outubro deste ano, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Polícia Federal cumpre mandados de prisão em Goiás (Foto: Divulgação/PF)

“A Operação Confraria é um desdobramento da Cash Delivery. O foco da investigação é apurar uma associação criminosa que efetuava cobrança de repasses indevidos, recebiam e os distribuíam no âmbito da Codego [Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás]. A aproximação da Cash Delivery é que um dos alvos de hoje, ex-presidente da Agetop, mantinha contato com as pessoas que transportavam dinheiro da Odebrecht, no âmbito da última operação “, destacou o delegado responsável pelas investigações, Charles Lemes.

Lemes destaca que o grupo atuava no esquema de coordenação e operação de lavagem de dinheiro. “A cobrança de propina acontece no Estado de Goiás na gestão do ex-governador, principalmente na simulação de contrato”, disse o delegado.

O nome da ação, segundo a PF, faz alusão às frequentes reuniões que, conforme a corporação, eram feitas com o objetivo de planejar as atividades ilícitas do grupo.

São cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão temporária, em Goiânia, Caldas Novas, Aruanã, Brasília e Búzios. Além dos mandados, a força-tarefa também está fazendo o sequestro de alguns imóveis nestas cidades. A corporação afirma ainda, que o valor da apreensão é de 10 milhões além de 14 carros de luxo, 3 apartamentos e ainda um cheque no valor de 120 mil reais.

Na operação, polícia apreende camionete de luxo (Foto: Divulgação/PF)

De acordo com a PF, todos os mandados foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal, em Goiânia. Segundo Charles, além de Rincon e Júlio Vaz, também foram presos o gerente geral da Codego, Márcio Gomes Borges e sua esposa, Meire Cristina Borges, assessora especial da Governadoria. 

PF apreende moto de luxo durante a deflagração da operação (Foto: Divulgação/PF)

Pelo menos 50 policiais trabalham no cumprimento das ordens judiciais. Conforme a corporação, os investigados, que não tiveram a identidade divulgada, foram indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção. 

Em nota, a defesa de Marconi Perillo (PSDB) ressalta que a operação deflagrada nesta quinta-feira não envolve o ex-governador. “Na realidade esta Operação investiga questão patrimonial de outras pessoas. O nome do ex-governador sequer consta entre os investigados. Seu nome só aparece quando citam a Operação Cash Delivery, na qual o Marconi é investigado. O que ocorre é que a Operação Confraria à toda evidência não poderia ter foro na Justiça Federal por inquestionável incompetência”, diz a nota. 

Em nota, o Governo de Goiás informou que acompanha “com atenção os desdobramentos” da operação e que “já foi determinado o afastamento dos servidores, citados na operação, de seus respectivos órgãos”. Por fim, o comunicado destaca que está colaborando com as investigações. O nome do atual governador, José Eliton, não foi citado. 

*(Eduardo Marques é integrante do programa de estágio do jornal O Hoje  sob a supervisão de Lucas Cássio)*  

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