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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Mulheres ocupam 69% dos cargos de liderança em comunicação empresarial

Embora estejam bem representadas nas empresas, o estudo mostra que é mais lento o processo para elas chegarem aos cargos de direção

Postado em 21 de fevereiro de 2019 por Suzana Ferreira Meira
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A pesquisa inédita ‘Perfil da Liderança em Comunicação no Brasil’, divulgada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mostra que apesar de ocupar 69% dos cargos de liderança na comunicação corporativa no Brasil, as mulheres representam 45% do total de cargos de direção ou vice-presidência nas empresas onde trabalham.

A pesquisa foi feita com 578 profissionais de 20 estados, dos quais 78% são empregados em empresas privadas de grande porte (62%), sendo 41% em multinacionais e 37% em companhias nacionais de todos os setores da economia, com destaque para o de serviços (27%), que inclui agências de comunicação. São Paulo abriga a maioria dessas lideranças (57%). Do total de participantes, 398 são mulheres. Setenta e quatro por cento dos profissionais estão contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e 11% sob regime societário.

Embora as mulheres já estejam bem representadas nas empresas, o estudo mostra que é mais lento o processo para elas chegarem aos cargos de direção, informou o coordenador da pesquisa da Aberje, Carlos Ramello.

Salários

Em termos salariais, 59% dos consultados informaram ganhar mensalmente entre R$ 7 mil e R$ 20 mil. Por nível de cargo, verifica-se que 71% dos gerentes ganham por mês entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, enquanto para 71% dos diretores, o salário é superior a R$ 15 mil. O levantamento não separa os ganhos mensais dos líderes em comunicação por gênero. “A experiência mostra que não existe diferenciação entre homens e mulheres nessa situação. Estão dentro das mesmas faixas (salariais)”, disse Ramello. As mulheres já não constituem um grupo de diversidade nos cargos de lideranças nas empresas, “até mesmo porque são maioria”.

Do total de entrevistados, 81% se declararam brancos, 14%, pardos, 5%, negros, e 2%, amarelos; 93% são heterossexuais, enquanto 5% disseram ser homossexuais e 2%, bissexuais. Apenas 1% disse apresentar algum tipo de deficiência. “Isso mostra que não existe diversidade entre os cargos de liderança”, acrescentou o coordenador da pesquisa.

Geração X

Carlos Ramello observou que os profissionais que integram a chamada “geração do milênio”, ou ‘milleniais’, com idade até 35 anos, são minoria entre os líderes em comunicação. Essa geração abrange as pessoas nascidas a partir de 2001, que se desenvolveram em uma época de grandes avanços tecnológicos, prosperidade econômica e facilidade material. De acordo com o estudo, a maioria dos líderes pertence à geração X, referente às pessoas nascidas logo após a Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964, quando ocorreu um aumento significativo da taxa de natalidade. A proporção identificada pelo estudo foi de 72% de lideranças da geração X e 28% dos ‘milleniais’.

Isso revela que as organizações, nas contratações ou promoção de seus líderes, acabam considerando muito a experiência. “As organizações são um pouco mais conservadoras nessa atribuição de liderança”. A experiência na área de atuação é priorizada pelas empresas. Quarenta e quatro por cento dos participantes exercem cargos de liderança na área de comunicação há mais de oito anos.

Escolaridade

Todos os participantes da pesquisa têm curso superior, sendo 40% graduados em jornalismo, 19% em comunicação e 16% em relações públicas. Dos 578 profissionais, 73% fizeram ou estão fazendo especialização ou MBA. Oitenta e nove por cento se comunicam em inglês e 57% em espanhol.

Do total de entrevistados, 90% usam a internet como principal fonte de informação, seguida do jornal (27%) e da televisão (27%). Em média, os entrevistados dedicam uma hora e meia por dia às redes sociais, sendo que os ‘milleniais’ dedicam duas horas ou mais diariamente. O Facebook e o Linkedin são as redes sociais mais utilizadas pelos profissionais que exercem cargos de liderança, da ordem de 93% cada, seguidos pelo Instagram, com 88%.

Os participantes leem, em média, 5,5 livros por ano, superando a média nacional de quatro por ano, com destaque para livros técnicos e profissionais (38%). A maioria dos participantes (57%) não fazia qualquer atividade voluntária no momento da pesquisa e um quarto não era engajado em nenhuma causa.(Agência Brasil) 

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