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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
modificação

Ministro envia nova carta, mas mantém vídeo de alunos

Vélez deve apresentar justificativa para as cartas enviadas às escolas

Postado em 27 de fevereiro de 2019 por Suzana Ferreira Meira
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Da Redação

Na última
terça-feira (26), o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, reconheceu que
errou ao colocar o slogan da campanha de Jair Bolsonaro em carta enviada a todas as escolas do País para
ser lida aos alunos. Ele também afirmou que retiraria “de circulação” a
mensagem que pedia que crianças fossem filmadas durante a execução do Hino
Nacional. No entanto, em novo e-mail mandado às escolas, o Ministério da
Educação (MEC) manteve a recomendação de gravar as crianças, desde que
“precedida de autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável”.

“Eu percebi o erro. Tirei essa frase (com
slogan do governo). Tirei a parte correspondente a filmar crianças sem a
autorização dos pais. Evidentemente se alguma coisa for publicada será dentro
da lei, com a autorização dos pais”, disse durante entrevista, no Senado. No
local houve protesto de estudantes. “Cantar o Hino não é constrangimento, é
amor à pátria. Slogan de campanha foi erro”, completou.

O Ministério Público Federal informou na terça-feira
(26) o prazo de 24 horas para que Vélez apresente justificativa para as cartas
enviadas às escolas. O ofício cita 17 preceitos constitucionais e legais que
seriam desrespeitados, entre eles o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
que assegura o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, com preservação
da imagem. Também cita a Constituição, que diz que a publicidade dos atos não
pode ter nada que caracterize promoção pessoal de autoridades.

As bancadas do PT e a do PSOL também entraram
com representação no MPF contra o ministro. “A carta tem vários problemas,
entre eles o abuso de poder, com constrangimento dos diretores de escola por
alguém que tem cargo de chefia”, disse o deputado federal Marcelo Freixo
(PSOL-RJ).

Na carta anexa do novo e-mail, além de ter
sido retirado o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, o texto foi
levemente modificado. Em vez de “vamos saudar o Brasil dos novos tempos”, diz
somente “vamos saudar o Brasil”. O MEC manteve o pedido de que a carta fosse
lida para os alunos durante a execução do Hino. Mas a segunda versão tem a
palavra “voluntariamente”.

Repercussão

Em nota em seu site, o Ministério da Educação
afirmou que “será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta
e da execução do Hino Nacional para eventual uso institucional”.

Para Olavo Nogueira Filho, diretor do Todos
pela Educação, o recuo foi positivo, mas não minimiza a preocupação dos setores
educacionais. “É mais uma sinalização de que o ministério continua focando em
um tema que não tem urgência. Era de se esperar que, em dois meses à frente da
pasta, já se tivesse apresentado os caminhos para enfrentar as reais
dificuldades da educação brasileira.”

 

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