Higor Santana*

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), em 2019, já foram registrados 18 casos de meningite em Goiás. Destes, seis pessoas morreram por complicações da doença, e pelo menos uma, por meningite meningocócica, um dos tipos mais graves da doença. Ainda de acordo com o órgão, não há uma situação de epidemia no Estado, pois no ano passado foram 213 registros, com 39 mortes.

Dados do Ministério da Saúde (MS) mostraram que em 2018 foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no Brasil com 218 mortes. Em 2017, foram 1.138 casos e 266 mortes, no mesmo período. Entretanto, a cobertura da vacinação em 2017 foi de 86,58% no país, conforme dados do MS.

Existem dois grupos que podem causar a meningite, os vírus e as bactérias. De modo geral, o número de registros se divide entre os dois grupos. A partir de 2010, o Brasil começou a vacinação de meningite meningocócica do tipo C, que diminuiu os casos da doença apenas desse tipo. Entretanto, a partir de 2017 houve um aumento da doença do tipo B, que não consta no calendário de vacinação da rede pública, gerando uma preocupação no sentido de controlar a vacinação contra a doença.

O sorogrupo C é o principal causador de doença meningocócica em todo o país, responsável por cerca de 60% dos casos. Em relação à meningite pneumocócica, causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, foram 1.030 ocorrências com 321 mortes em 2017, e 934 registros com 282 mortes em 2018. As meningites causadas por outras bactérias somaram 2.687 notificações e 339 óbitos em 2017, e 2.568 e 316 em 2018.

Goiânia é a cidade com maior registro de casos da doença no estado de Goiás. São quatro casos, sendo um deles com vítima fatal. Em seguida vem Aparecida de Goiânia, com três casos e uma morte e Santa Helena, com dois casos e uma morte. Já os municípios de Anápolis, Rio Verde, Santa Terezinha, Trindade, Mundo Novo, Itaberaí, Britânia, Rubiataba e Jaraguá registraram um caso, cada um, sem nenhuma morte.

A doença

As meninges são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A meningite ocorre quando há uma inflamação desse revestimento, causada por microorganismos, alergias a medicamentos, câncer e outros agentes. Os principais sintomas são confusão mental, dor de cabeça, febre, náuseas ou vômito.

Entre os agentes infecciosos, as meningites bacterianas e as virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e também as que causam mais preocupação, devido a sua magnitude, capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, devido à sua maior gravidade.

A Vigilância Epidemiológica ressalta que, caso haja qualquer suspeita, é necessário buscar atendimento médico o quanto antes. Segundo o órgão, quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais rápido for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura e menores são as chances de sequelas.

Transmissão 

De acordo com SES, as bactérias que causam a meningite se espalham principalmente pelo contato entre uma pessoa com a outra. Existem também bactérias, como a Listeria monocytogenes e da Escherichia coli, que podem se espalhar por meio dos alimentos.

Algumas pessoas podem transportar essas bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim, podem espalhar as bactérias para outras pessoas.

Vacinação

A vacinação é considerada pela medicina como a forma mais eficaz de prevenir a doença. A vacina contra o sorogrupo C está incorporada no calendário nacional de vacinação do Estado, para crianças menores de cinco anos e adolescentes de 11 a 14 anos. A vacina pode ser encontrada na rede pública e é gratuita. (Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)