Juliana Paes fala sobre feminismo em entrevista para revista
“Todo mundo quer levantar uma bandeira para se sentir importante, para que os outros comentem, apoiem”, declarou a atriz
Da Redação
A estrela da próxima novela das nove “A Dona do Pedaço”, Juliana Paes, em entrevista para a revista Cidade Jardim, falou sobre como chegar aos 40 e se respeitar, feminismo, redes sociais, diversidade, até sobre família e seus tempos como recepcionista bilíngue.
Mãe de dois meninos, Juliana contou que acha importante falar sobre o movimento feminista e como passa isso para seus filhos. Seu livro de cabeceira sobre o assunto é o clássico “Para Educar Crianças Feministas”, de Chimamanda Ngozi Adichie, e mesmo entendendo que vivemos em um país patriarcal, chegou a hora de mudanças. “Eu ensino meus filhos que homem chora, que homem respeita. A primavera feminista não vai morrer na praia nem vai fazer uma transformação radical. Mas a gente pode fazer com que a próxima geração faça essa transformação, leve adiante esse grande movimento”, diz ela.
Paes abriu o coração ao repórter Bruno Astuto durante as mais de duas horas de conversa e falou sobre a diferença entre o politicamente correto e ser verdadeiro no que você acredita: “todo mundo quer levantar uma bandeira para se sentir importante, para que os outros comentem, apoiem”, diz a atriz. Sex Symbol, Juliana diz que não quer, de forma alguma, parecer arrogante, mas que sempre usou a inteligência a seu favor, usando o o caminho do aprendizado, não o da dureza.
“O que eu tenho percebido é que existe uma busca muito grande pelo politicamente correto, pelo agir corretamente. Mas as pessoas estão esquecendo que, talvez, o grande poder político é você conseguir apreciar e amar os outros independentemente das suas posturas políticas, das suas causas”, completou a artista.
Poucos sabem, mas ela trabalhou como secretária bilíngue por muito tempo, antes de ser atriz, pois seu sonho sempre foi ter um diploma universitário. Formada em Publicidade e Propaganda, Juliana contou que sua família era muito pobre e que, teve que trabalhar muito para pagar os estudos. “Vejo as pessoas reclamando muito que a vida é difícil. Ela não é simples para a maioria. Ninguém da minha família se formou. Ninguém. Minha família é muito pobre. Eu não falo muito sobre isso em entrevista, porque sempre parece o lugar do coitadismo, que eu detesto. Ninguém da minha família se formou. Queria ter um diploma, porque era muito importante para o meu pai. Trabalhei muito em muitos carnavais, como recepcionista, para pagar os estudos”.