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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Saúde

Clima seco aumenta número de atendimentos pediátricos em Goiás

Doenças respiratórias não são as únicas que costumam se agravar nesse período. Foto: Divulgação.

Postado em 13 de agosto de 2019 por Redação
Clima seco aumenta número de atendimentos pediátricos em Goiás
Doenças respiratórias não são as únicas que costumam se agravar nesse período. Foto: Divulgação.

Jorge Borges

O clima seco já é uma realidade em Goiás e, junto com ele, vieram altas variações de temperatura em todo o Estado. As crianças são uma das faixas etárias que mais sofrem com a secura. Os atendimentos infantis em pronto-socorros pediátricos aumentam consideravelmente nesse período.

Os dados mais recentes da Secretaria Estadual de Saúde são de 2017 e demonstram que durante o período de tempo seco, que dura toda a estação de inverno, 1.358 atendimentos pediátricos foram realizados. As principais doenças que chegaram foram Infecções de Vias Aéreas Superiores, Amigdalite, tosse e pneumonia. 

Pediatra no Hospital Materno Infantil (HMI), Stephânia Laudares explica que esse aumento no índice de atendimentos nos prontos-socorros pediátricos ocorre por dois motivos principais: a baixa umidade ao mesmo tempo em que ocorre um aumento na circulação de vírus respiratórios e consequentemente mais infecções respiratórias. “Temos um aumento nos resfriados comuns, gripes, faringite viral e a bronqueolite em crianças menores”, afirma a especialista.

Laudares esclarece que o tempo seco dificulta em termos populares, “a limpeza das vias aéreas” e favorece também as crises alérgicas devido ao ressecamento das mucosas. Ela alerta aos pais que sintomas como falta de ar e febre prolongada (mais de três dias) em crianças, são fatores para que busquem uma emergência infantil ou mesmo o pediatra da criança.

As altas variações de temperatura presentes em um mesmo dia também são um fator que contribui de maneira significativa para o agravamento dessas doenças. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019 já foram registrados quase 29 mil casos de síndrome respiratória aguda grave, com mais de 3.300 mortes.

A pediatra alerta que é muito importante que os pais ou responsáveis trabalharem com a prevenção para que não necessitem buscar uma unidade de saúde e não acontecer nenhum outro problema ou complicações. Laudares ainda dá dicas úteis para prevenir doenças respiratórias nessa época do ano.

“Primeiro fator é a alimentação, que deve ser mais equilibrada possível. Os pais também devem caprichar na hidratação da criança por via oral, oferecer sucos naturais e não adoçados, água de coco, chás e principalmente, água em abundância. Além disso, realizar a lavagem ocular e das narinas com soro fisiológico. Podem ser usados umidificadores nos quartos das crianças, mas os pais devem se atentar a alguns cuidados: O umidificador deve ser ligado de três a quatro horas antes de a criança ir dormir e não ficar ligado a noite toda e, nunca deixar o aparelho virado para o colchão ou outras coisas que acumulem água porque umidifica e favorece a proliferação de fungos”, explica Laudares.

Outros Problemas

Mas as doenças respiratórias não são as únicas que atacam os pequenos no clima seco. Os problemas oculares também têm uma elevação na incidência durante esse período. De acordo com o oftalmologista Bruno Diniz o principal motivo para esse agravamento, é a redução na lubrificação ocular natural.

“Em geral, com o tempo seco, os olhos ficam menos lubrificados. O problema é que essa camada aquosa da lágrima protege os olhos e, sem ela, ficamos mais expostos a doenças oculares”. O médico alerta ainda para as alergias que “provocam coceira que podem levar a infecções e a outras doenças, como a conjuntivite, muito comum nesta época do ano”, explica o especialista.

Para prevenir esses problemas, Diniz recomenda aos pacientes que redobrem os cuidados com a higienização das mãos e protejam os olhos da poeira. Caso necessária, a limpeza dos olhos pode ser feita com água abundante. O especialista salienta que crianças e idosos devem receber mais atenção durante esse período e realiza um alerta: se os sintomas persistirem, é essencial procurar o oftalmologista. 

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