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domingo, 29 de dezembro de 2024
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Violência doméstica

Mulheres economicamente ativas sofrem mais abusos, aponta pesquisa

Maior atuação financeira nas famílias estão entre os principais motivos apontados para as agressões registradas

Postado em 21 de agosto de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Mulheres economicamente ativas sofrem mais abusos
Maior atuação financeira nas famílias estão entre os principais motivos apontados para as agressões registradas

Ingryd Bastos

Independência financeira não necessariamente significa liberdade para muitas mulheres que sofrem violência doméstica, de acordo com uma pesquisa divulgada essa semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). 

O estudo constatou que o índice de violência contra mulheres que trabalham fora e são economicamente ativa representa 52,2%, enquanto o índice de violência registrada contra mulheres que não trabalha é de 24,9%.

Especialistas levantaram possíveis justificativas para esse dado, um deles, é de que a participação financeira feminina dentro de casa aumenta o poder de barganha das mulheres, ou seja, elas passam a ter voz ativa no lar por também contribuir economicamente na família, o que pode elevar as taxas de agressões cometidas por companheiros que não aceitam essa prática.

“Em muitos casos, porém, a presença feminina no mercado de trabalho – por contrariar o papel devido à mesma dentro de valores patriarcais – faz aumentar as tensões entre o casal, o que resulta em casos de agressões e no fim da união”, ressaltou o Ipea.

Devido a esses números, o instituto concluiu que a independência econômica da mulher não é o suficiente para acabar com as violências domésticas sofridas por elas. “Uma das conclusões é que o empoderamento econômico da mulher, a partir do trabalho fora de casa e da diminuição das discrepâncias salariais, não se mostra suficiente para superar a desigualdade de gênero geradora de violência no Brasil”.

Quase um milhão e meio de mulheres são agredidas no Brasil todos os anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2019. O Ipea afirma que outras políticas públicas se fazem necessárias: do investimento em produção e consolidação de bases de dados qualificados sobre a questão ao aperfeiçoamento da Lei Maria da Penha, além de intervenções no campo educacional para maior conscientização.

 

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