Governo pede ajuda a produtores rurais para abastecimento do Rio Meia Ponte
O Estado vai negociar com produtores rurais para garantir o abastecimento de água na Capital.
Daniell Alves*
Uma possível solução para a crise hídrica da vazão do Rio Meia Ponte será uma negociação feita com os produtores rurais de Goiás. O Estado deve solicitar ajuda aos produtores, em breve, com objetivo de garantir o fornecimento de água à população. O abastecimento de água em Goiânia e nas Regiões Metropolitanas também só será possível com a conscientização da população neste período crítico.
De acordo com a secretária do Meio Ambiente de Goiás, Andréa Vulcanis, o Estado tem 400 reservatórios de água. Destes, 70 possuem cerca de 40 milhões de metros cúbicos de água. A intenção da Secretaria é, após negociar com os produtores que possuem esses reservatórios, começar a captar água dos locais mais próximos. Estes já foram mapeados e terão liberação progressiva. “Está sendo feito uma estruturação para negociar com cada produtor para medir e liberar somente a quantidade necessária”, informou Andréa, ontem (11), em coletiva de imprensa, que contou com a presença do governador Ronaldo Caiado e presidente da Saneago, Ricardo Soavinski.
A última medição feita no Meia Ponte, ontem às 15 horas, mostrou recuperação da vazão comparado aos últimos dias – atualmente, são 2.116 litros por segundo (l/s). No último fim de semana, em decorrência do calor predominante neste mês, a medição registrou queda de 1 mil litros, chegando a 1.700 l/s. Segundo o governador, este fato aconteceu devido ao uso inadequado de água por parte da população. “Pela primeira vez foi necessário racionar duas bombas de água para abastecer a cidade”, afirma ele.
Conscientização
“Nós temos como fiscalizar as pessoas que estão irrigando, mas não é possível fiscalizar o consumo dentro de casa”, frisa Caiado. Ele afirma que a queda da vazão ocorrida nos últimos dias é, em grande parte, por culpa das pessoas que, segundo ele, estão usando água em excesso. “Sabemos da onda de calor e isso fez com que os habitantes aumentassem muito o consumo de água”. O pedido feito é para que as pessoas entendam o momento crítico que o Estado passa e economizem o máximo possível, com cuidados básicos no cotidiano.
A Semad conclama, ainda, os municípios de Goiânia e da região metropolitana a participarem de um “esforço comum para intensificar ações de fiscalização contra o desperdício em áreas urbanas, que não são de competência do Estado, com vistas a reduzir o consumo nas cidades”. De acordo com a nota publicada pelo órgão, “se todos cooperarem, num grande ato solidário, com certeza atingiremos o objetivo de superar o período crítico da crise hídrica sem necessidade de racionamento ou adoção de medidas mais duras. Pedimos o apoio e a participação de todos”.
Racionamento não está previsto
Só haverá racionamento de água se o Meia Ponte entrar no nível crítico 4, que ocorre se a vazão da água ficar no período de sete dias abaixo de 1.500 l/s, explica a secretaria da Semad, Andréa Vulcanis. “Se chegarmos ao nível 4, alguns bairros não poderão ser abastecidos”, alertou Caiado. Com relação às autorizações de recursos hídricos – outorgas – o governador salienta que vão continuar, mas com limitações. “Estas pessoas possuem concessão do Estado e não podemos inviabilizar o uso da água para essas famílias”, diz o governador. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)