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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Seis meses

Brasileiro trabalha 182 dias por ano para pagar impostos e corrupção

Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que a corrupção consome 8% de tudo que é arrecadado no país; trabalho considerou desvios apurados pela Operação Lava Jato e processos em tribunais de contas.Foto:

Postado em 16 de setembro de 2019 por Aline Carleto
Brasileiro trabalha 182 dias por ano para pagar impostos e corrupção
Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que a corrupção consome 8% de tudo que é arrecadado no país; trabalho considerou desvios apurados pela Operação Lava Jato e processos em tribunais de contas.Foto:

Aline Bouhid

O brasileiro trabalha 182 dias por ano somente para pagar impostos e a conta da corrupção no País. A conta foi feita em estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgado em maio. Segundo a pesquisa, só a corrupção consome 8% de tudo que é arrecadado no país ou perto de R$ 200 bilhões por ano. 

O instituto levou em conta os desvios apurados pela Operação Lava Jato e processos envolvendo corrupção no Tribunal de Contas da União (TCU) e nos tribunais de contas dos estados. O valor cobriria o rombo estimado para o orçamento do governo federal, que é de R$ 139 bilhões ou também poderia evitar, por exemplo, os contingenciamentos na educação (R$ 29 bilhões). 

Se não houvesse a corrupção o que aconteceria?

Salário recheado

É possível que os salários fossem maiores – e não só nos cargos públicos. Corrupção também é um problema (e dos grandes!) no mundo corporativo. O custo-corrupção não se refere somente ao ato em si, como o pagamento de propinas, mas também no gasto indireto, no controle fiscal. Ou seja, sem a podridão, haveria mais verba para investir na empresa e nos funcionários

Destino melhor

Para cada dinheiro perdido com os desvios, há um segundo prejuízo: a grana gasta com burocracia e auditoria para tentar evitar ou diminuir o problema. No Brasil, já se criou até a mentalidade de incluir, no orçamento de um projeto, um “extra” para compensar possíveis perdas de eficiência ou desvios de verba. Num país limpo, essa grana seria usada para girar a economia

Ciclo virtuoso

A qualidade de vida seria melhor. Isso é provado ao redor do mundo: é nos países com menos percepção de desonestidade, como Noruega, Austrália, Dinamarca e Canadá, que estão os melhores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano). Menos corrupção melhora serviços públicos e privados, o que gera mais renda e educação, o que por sua vez ajuda a manter a corrupção sob controle

Prazo certo, custo previsto

Imagine estradas, escolas e hospitais entregues no prazo. Isso seria muito mais provável num país honesto. Já houve diversos casos de obras públicas atrasadas pela falta de verba ou pela investigação de desvios. 

Vivendo a democracia

Especialistas acreditam que, com “regras do jogo” mais claras, o brasileiro se interessaria mais por política e provavelmente participaria mais. Até porque cargos estratégicos seriam preenchidos pelos cidadãos mais aptos, e não por um parente de vereador, deputado, ministro… Haveria mais confiança nas relações comerciais e mais respeito por instituições como a polícia, o Congresso e o Senado.

* Com informações do G1, do IBPT, ONU e Fiesp

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