Salto alto pode melhorar vida sexual de mulheres, aponta estudo
O estudo demonstrou que usar salto pode provocar o relaxamento da musculatura pélvica, levando a uma contração melhor daquela área – Foto: Divulgação
Leandro de Castro
De acordo com uma pesquisa realizada por uma cientista italiana, usar sapato com salto de até 7 cm pode auxiliar no fortalecimento dos músculos da região pélvica relacionados ao orgasmo. Maria Cerruto, urologista da Universidade de Verona, examinou durante dois anos 66 mulheres com menos de 50 anos e que ainda não estavam na menopausa para entender a relação entre as diferentes partes do corpo e a região da pélvis.
A pesquisadora constatou que, ao colocar as mulheres em um plano inclinado oscilante, que simulava o uso do sapato de salto alto e variava o grau de inclinação, surgiam diferentes tipos de reflexo na região pélvica. O estudo demonstrou que usar salto pode provocar o relaxamento da musculatura pélvica, levando a uma contração melhor daquela área.
“Da mesma forma que há ligação entre uma alteração da mandíbula e a postura, do ponto de vista urológico uma diferente posição do tornozelo pode influenciar a atitude do pavimento pélvico”, explicou Cerruto em entrevista à BBC Brasil.
Os músculos desta região são conhecidos também como os “músculos do prazer” porque estão diretamente envolvidos no orgasmo.
Altura
Segundo a pesquisa, publicada na revista especializada inglesa “European Urology”, o efeito positivo não é maior se o salto for mais alto, é preciso considerar a relação entre o tamanho do pé e a altura do sapato.
“O salto não deve ser superior a 7 cm, isto é, deve haver uma inclinação da articulação de cerca 10º ou 15º, porque é preciso que o paciente esteja confortável. Um salto de cerca de 4 cm ou 5 cm seria o ideal, encontrando um meio-termo entre o bem-estar do pavimento pélvico e o do paciente como um todo”, explica Maria Cerruto.
“Até agora avaliamos especificamente a esfera sexual, mas sabemos que o uso do salto pode ter efeitos nesta área [da pélvis], com implicações em tudo que se relaciona com a funcionalidade pélvica, como dor, prazer, orgasmo. Seguramente influencia, mas não sabemos ainda exatamente em que termos”, afirmou a urologista.
Segundo a estudiosa, as mulheres não têm facilidade para fazer exercícios específicos e estimular esta área do corpo. A seu ver, o uso do salto poderia ser uma solução.