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sábado, 23 de novembro de 2024
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Ciência

Planetário é um complemento para o ensino formal nas escolas

A astronomia é uma das ciências mais cativantes que existe e desperta atenção de pessoas de todas as idades| Foto: Divulgação

Postado em 7 de dezembro de 2019 por Sheyla Sousa
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Daniell Alves

O Planetário Juan Bernardino Marques Barrio, da Universidade Federal de Goiás (UFG) é um complemento importante para o ensino formal realizado nas escolas. O lugar pode ser considerado a porta de entrada para o público ter acesso ao conhecimento científico. É o que explica Rafael Miloni, professor de Astronomia do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA/UFG) e diretor do Planetário. 

Segundo ele, a astronomia é uma das ciências mais cativantes que existe e desperta atenção de pessoas de todas as idades. “A partir desse tema, o Planetário consegue contribuir com a alfabetização científica da sociedade”, conta ele. Atualmente, o local é administrado pela UFG, e está localizado no Parque Mutirama, área da Prefeitura de Goiânia.

De acordo com a UFG, um planetário trata-se de um equipamento que projeta um céu artificial em um anteparo. A ideia é tão simples que em todo o mundo, desde as mais antigas civilizações, faz parte do repertório de brincadeiras noturnas. Basta fazer buracos milimétricos em uma superfície iluminada e temos assim o projetor de um planetário. A luz que passa por esses furos, incidindo em um anteparo qualquer, se transforma em estrelas.

Hoje o local oferece disciplinas de astronomia para cursos de graduação da UFG e cursos de extensão esporádicos para a comunidade externa à universidade. Também abriga atividades de pesquisa científica de alto nível, realiza sessões de cúpula para grupos escolares e universitários. A programação inclui, ainda, eventos de observação com telescópios em datas especiais e atende ao público em geral com sessões aos domingos em dois horários: 15h30 (sessão infantil) e 17 horas (sessão público jovem/adulto).

Além de contribuir para a alfabetização científica, qualquer cidadão que tenha contato com a astronomia se torna mais consciente da sua posição no cosmos, sem dúvida, como disse o astrônomo Carl Sagan. “A astronomia é uma experiência de humildade e criadora de caráter. Não há, talvez, melhor demonstração da tola presunção humana do que ter conhecimento da posição e importância do nosso minúsculo mundo. Ela destaca a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os outros, e para preservarmos e protegermos o planeta, o único lar que conhecemos até hoje”.

Recursos

A maior parte dos recursos para manter o Planetário da UFG vem do Governo Federal, e corresponde aos gastos com salários dos servidores públicos e despesas básicas tais como: água, luz, telefone e funcionários terceirizados. Segundo o diretor do local, Rafael, uma parcela pequena das despesas só é possível pagar com a verba arrecadada na bilheteria do local. 

Para realizar essa arrecadação, o Planetário recebe o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape), que é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. A organização apoia na gestão de projetos de pesquisa, ensino, extensão e ajuda a desenvolver melhorias e manutenções de pequeno porte, tais como trocas de lâmpadas, consertos de equipamentos avariados, etc.

Gastos e manutenção

Questionado sobre os gastos com manutenção, Rafael diz que a UFG gasta pouco com os custos do Planetário, somente com despesas básicas e salários dos funcionários. “Para se ter uma ideia, o contrato com a empresa que fabrica o projetor planetário para manutenção do equipamento custa cerca de R$ 400 mil por ano. Qualquer troca de peça avariada é cobrada a parte, com preços nada atrativos”, explica ele

A UFG possui apenas um funcionário capacitado para realizar a manutenção do equipamento que é o Gustavo Ramos Jordão, explica o diretor. O profissional realiza reparos sem ter o custo deste contrato. No Brasil, somente a UFG e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) possui essa vantagem e tem conseguido realizar a manutenção frequente, que normalmente, não existem em outras instituições públicas. 

“Assim, conseguimos manter a instituição funcionando com atendimento ao público desde 1970, basicamente com a receita que temos de bilheteria e, no próximo ano, comemoraremos 50 anos de funcionamento praticamente ininterruptos”, informa o diretor.

Tecnologia permite o uso simultâneo de projetores 

O desenvolvimento da informática e da robótica no Planetário tem permitido o uso simultâneo e/ou consecutivo de vários projetores tais como projetores de slides; de vídeo; vídeos-laser; cinema hemisférico. Estes recursos técnicos formam na cúpula uma imagem única, em movimento ou não, aumentando em muito não só a fascinação de uma sessão de planetário como também as suas possibilidades didáticas.

O local promove atividades de extensão educativas, com o auxílio de recursos técnicos audiovisuais em sua cúpula de 12,5 metros de diâmetro. Tem a orientação de professores mestres e doutores do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da UFG.

O projetor Zeiss Spacemaster situado ao centro da sala de projeções é o mais antigo em funcionamento no Brasil e foi o terceiro a ser inaugurado no país. Há cerca de 60 planetários fixos e 50 planetários móveis no Brasil, sendo muitos deles filiados à Associação Brasileira de Planetários (ABP), cuja sede é no Planetário da UFG.

A equipe do Planetário atende aos cursos de graduação da UFG, por meio de disciplinas obrigatórias, optativas e de Núcleo Livre para o IESA e outros institutos e faculdades da UFG. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

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