Ponte impacta motoristas com desvios desde janeiro, em Goiânia
Trânsito na Marginal deve ser liberado no próximo sábado (31), mas conclusão da Leste-Oeste só no próximo ano | Foto: Igor Caldas.
Igor Caldas
O trânsito da Marginal Botafogo, sentido Avenida Goiás Norte, deve ser liberado no próximo sábado (31), com a conclusão do viaduto que passa por cima da via, para as obras da Avenida Leste-Oeste. A obra da ponte impacta motoristas que passavam pela região desde janeiro deste ano. No entanto, o término da continuação da Avenida Leste-Oeste deve ser efetivado pelo próximo gestor da Prefeitura de Goiânia.
A Prefeitura de Goiânia executou a concretagem da última laje da ponte da Avenida Leste-Oeste sobre a Marginal Botafogo no último sábado (19). Com esse serviço, foi concluída a parte de concretagem da obra. A execução do guarda-corpo, proteção técnica utilizada para aumentar a resistência da estrutura, e a retirada dos escoramentos estão previstas para serem concluídas neste mês ainda.
Estrutura da via
A ponte sobre a Marginal Botafogo possui duas pistas e cada uma com faixa de segurança de um metro e meio, faixas de rodagem de três metros e meio, uma faixa de pedestres de dois metros, barreira guarda-rodas de 40 centímetros e uma barreira guarda-corpo de 20 centímetros rígidos, de concreto armado, totalizando largura constante de 26 metros e comprimento de 53 metros.
O Tramo Leste da via, que conecta Senador Canedo à Praça do Trabalhador, está com andamento diferente. A construção desta parte da avenida está passando por um problema burocrático. O Tramo Leste foi orçado no valor contratual de R$ 32.827.407,49 e teve início no dia 15 de julho do último ano. A execução do túnel sob a BR-153 está dependendo da aprovação da Agência Nacional de Transporte Terrestre e deve ser concluída pelo próximo gestor da Prefeitura de Goiânia.
No entanto, foram criados desvios para garantir que motoristas que vêm do município de Senador Canedo tenham acesso direto até que a aprovação da ANTT seja efetivada e o próximo gestor da Prefeitura de Goiânia dê continuidade ao trabalho. Bueiros do Córrego Palmito e do Córrego da Onça estão concluídos. Entre a Avenida Rasmussen e a Rua L-8, no Bairro Feliz (chácara Jaime Câmara), a rede de drenagem e o muro de arrimo foram concluídos e o trecho está sendo pavimentado.
Foram concluídas a pavimentação entre a Avenida Rasmussem e a Rua 402, na Vila Viana; os muros de arrimo na Praça do Trabalhador, entre a Rua 44 e a Rua 68, e entre as ruas L-13 e L-10, no Bairro Feliz; a rede de águas pluviais entre a Praça do Trabalhador com lançamento no Córrego Botafogo; a pavimentação entre a Avenida Perdiz e Avenida Manchester, no Setor Parque Industrial. A construção do muro de contenção nos dois lados do viaduto está sendo iniciada.
O valor do Tramo Oeste está orçado em R$ 5,5 milhões com verba de recursos próprios da Prefeitura de Goiânia. Os trabalhos tiveram início no fim do mês de fevereiro deste ano. O trecho de 1700 metros, entre a Avenida Castelo Branco, no Setor Rodoviário, e a Rua da Alegria, no Bairro Goiá, toda a rede de drenagem e a terraplanagem no sentido Castelo Branco/Rua da Alegria já foram executados. A pavimentação no trecho concluído e a terraplanagem na pista sentido Rua da Alegria/Castelo Branco estão em execução. Ao todo 60% da obra foram executados.
Tramo Oeste
O trecho 03 do Tramo Oeste está em licitação. Ele corresponde a uma passagem em desnível na interseção entre a Avenida Leste-Oeste e a Avenida Castelo Branco, localizada no Bairro São Francisco.
No início da retomada da continuação da Avenida Leste-Oeste em julho de 2019, a Prefeitura de Goiânia enfrentou alguns obstáculos físicos para dar início aos trabalhos. Pelo menos 255 imóveis foram removidos e desapropriados ao longo de todo traçado planejado para receber a via. Além disso, a avenida também cortou parte da Praça do Trabalhador. Devido aos obstáculos, as obras começaram a ser executadas nos trechos onde não havia impedimentos.
Em fevereiro de 2019, alguns imóveis que receberam notificação de desapropriação emitida pelo Paço Municipal foram demolidos para a continuação da obra da Avenida Leste-Oeste. As casas foram levantadas em áreas públicas e a prefeitura requereu o espaço para a continuação dos trabalhos. Receberam a notificação os moradores das ruas dos Missionários e Ferroviários, no Setor Cidade Jardim. Mais 14 unidades estavam na listagem para a demolição na região.
Segundo o projeto estrutural da obra, que foi doado pelo Codese ao município de Goiânia, o trajeto da Leste/Oeste em seu sentido Leste terá 8,1 km de extensão e vai servir de eixo de transporte entre Goiânia e a cidade de Senador Canedo.
Avenida Leste-Oeste enfrenta obstáculos no percurso
A conclusão do Tramo Leste da via enfrenta um entrave burocrático com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para execução de um túnel. Além da questão burocrática com a ANTT em relação à execução do túnel, outro motivo de atraso do Tramo Leste da obra da Avenida Leste-Oeste, que estava prevista para ser concluída até o mês de outubro foi o embargo feito pela Superintendência Regional do Trabalho de Goiás (SRT-GO). Em julho deste ano, o órgão embargou a obra devido às diversas irregularidades no trato com os operários. De acordo com a averiguação, as infrações trabalhistas estavam incorrendo em grave e iminente risco de vida aos operários e a obra não estava em cumprimento com as medidas preventivas da Covid-19.
Galerias pluviais
As galerias estão localizadas no Trecho Leste da obra contratado com previsão de término em contrato até outubro de 2020. Além disso, foram gerados 25 autos de infração, chegando à R$ 7 mil cada. Quem respondeu pelas multas é a construtora responsável pela obra. A SRT-GO enviou relatórios para o Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) para que outras medidas fossem tomadas em relação às irregularidades.
Na ocasião, o auditor fiscal Roberto Mendes revelou as perigosas condições de trabalho que os operários estavam sendo submetidos em entrevista à imprensa. “Quando nossa equipe chegou ao local da obra foi averiguado grave eminente risco que configura o embargo da obra”. O auditor afirmou que o embargo foi motivado por três questões distintas. Uma delas é a situação de risco iminente relacionado às escavações de galerias pluviais. Segundo Roberto Mendes, os trabalhadores poderiam ser soterrados em um eventual desmoronamento das valas dos taludes.
Roberto aponta que os funcionários da obra estavam trabalhando em até 6 metros de profundidade nas galerias pluviais. O material retirado para a execução das galerias era colocando ao lado dos taludes junto com a circulação de máquinas pesadas nas proximidades. De acordo com o auditor fiscal do trabalho, não havia nenhum laudo atestando que essas condições eram seguras para trabalhar.
A situação apontada foi falta de sinalização e bloqueio das vias no trecho onde a obra estava sendo executada, gerando riscos para os trabalhadores e os moradores da região. Tanto transeuntes como motos, carros e bicicletas poderiam cair nas valas acidentalmente. (Especial para O Hoje)