Eleição para a presidência da Câmara dos Deputados será no dia 1º de fevereiro
Votação será presencial e sem a possibilidade de votação remota até para quem for grupo de risco | Foto: Reprodução
Luan Monteiro
A Mesa
Diretora decidiu nesta segunda-feira (18/1) que a eleição para o comando da Câmara
dos Deputados será realizada no dia no dia 1º de fevereiro. A votação será
presencial para todos os deputados, sem possibilidade de votação remota para os
deputados do grupo de risco.
A informação
é da Agência Câmara e foi confirmada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), que foi voto vencido na reunião. Maia defendeu a possibilidade de os
deputados do grupo de risco votarem remotamente e que a eleição fosse realizada
no dia 2.
Segundo
Maia, no dia da eleição, está prevista a circulação de aproximadamente 3 mil
pessoas no prédio da Câmara, em um momento de aumento da segunda onda. “Os
prédios são de pouca circulação. Quanto menor a circulação de ar, maior o risco
de contaminação. Por isso, defendemos a votação remota para proteger deputados
e deputadas e os funcionários da Casa, já que fizemos eleição de um integrante
da Mesa de forma remota e entendíamos que não tinha problema, mas a Mesa é
soberana. Eu queria registrar meu voto para a opinião pública. Quando tratamos
de vidas, temos que ter cuidados”, afirmou Maia.
Os dois principais candidatos para a presidência da casa são o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), indicado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o aliado ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), Arthur Lira (PP-AL).
Até o momento, Baleia Rossi já recebeu o apoio de 12 legendas: PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB, Rede e Solidariedade. Compondo 295 votos e montando uma frente ampla contra o candidato de Bolsonaro.
Do outro lado, Lira pode ficar com o apoio de nove legendas: PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Patriota, Avante, Pros, PTB e PSC. Somando cerca de 179 votos.
Em entrevista, deputados goianos se manifestaram sobre a eleição do próximo dia 1º. Os deputados Rubens Otoni (PT-GO) e Delegado Waldir (PSL-GO), apoiam o candidato de Maia. Já Francisco Junior (PSD-GO) Vitor Hugo (PSL-GO), apoiam o candidato de Bolsonaro. O apoio de Vitor Hugo causou rachadura no PSL, para ele, “Era um absurdo que o PSL traísse seus eleitores e se ligasse a um bloco que congrega partidos como o PT, PCdoB, PSB, PDT”.
Impeachment e CPI
Questionado sobre os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro,
que dependem do seu despacho (de Maia) para prosseguir, Maia afirmou que o
momento atual não é de discussão do impeachment e que o foco do Parlamento
precisa ser o combate à pandemia e seus efeitos sociais e econômicos.
Maia ressaltou, também, que essa pode ser uma pauta futura. Ele destacou que
não há como fugir da investigação, por meio de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI), sobre a desorganização na gestão da saúde no período da
pandemia. “É inevitável que tenhamos uma CPI da Câmara ou do Congresso,
mais à frente. Certamente, essa investigação vai chegar aos responsáveis por
toda essa desorganização, falta de logística”, disse o presidente da
Câmara.
Rodrigo Maia criticou ainda a falta de planejamento do governo federal no
combate à pandemia. Ele citou o exemplo de um laboratório que propôs ao governo
parceria para compra de vacinas, mas não teve sequer o e-mail respondido.
“O presidente Bolsonaro faz uma narrativa de que o Supremo tirou o
poder do governo federal. O Supremo deixou claro que a coordenação era do
governo federal. Um laboratório mandou e-mails sobre imunização e não teve
resposta. O governo não acreditava nesse tema da vacina”, afirmou.
Com informações da Agência Câmara de Notícias