Luan Monteiro

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quinta-feira (06/05), que o calendário de entrega da CoronaVac, produzida pelo instituto, deve ser alterado devido a falta de insumos. Dimas atribuiu o atraso na entrega de matéria-prima à críticas do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), a China, principal exportador de matéria prima do imunizante.

“Embora a embaixada da China no Brasil venha dizendo que não há esse tipo de problema, mas a nossa sensação de quem está na ponta é que existe dificuldade, uma burocracia que está sendo mais lenta do que seria habitual e com autorizações muito reduzidas e volumes. Então, obviamente essas declarações têm impacto, e nós ficamos à mercê dessa situação”, disse Dimas.

De acordo com o diretor, o instituto receberia 6 mil litros do insumo até o dia 10 de maio. Porém, o número foi reduzido para 2 mil até o dia 13, o restante foi adiado. O último carregamento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), deveria ser entregue no dia 29 de março, mas só chego ao Brasil em 19 de abril.

Em seu Twitter, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), disse estar preocupado com as relações diplomáticas entre os dois países, causado, segundo ele, por ataques de Bolsonaro  ao país asiático. “Registro profunda preocupação com sucessivas manifestações de ataques à China e ao povo chinês, pelo Ministro Paulo Guedes e presidente Bolsonaro”, diz a publicação.

Para Dória, essas declarações impactam diretamente a liberação de insumos para a produção de imunizantes no país. “As declarações desastrosas impactam na liberação dos insumos para produção das vacinas contra Covid-19 no Brasil”, completa.