Antes de pensar nas eleições, petistas adotam discurso contra ações de Governo Bolsonaro
De acordo com a presidente estadual do PT, Kátia Maria, o foco, hoje, é em ações a favor do aumento do Auxílio Emergencial e na compra das vacinas.
Falta um ano e cinco meses para as próximas eleições e o Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Lula, se articula lentamente para montar as chapas para as eleições gerais de 2022 aqui no Estado. A presidente regional do partido, Kátia Maria, explica que “há conversas com outras siglas”, mas o momento pré-eleitoral está sendo de críticas às ações do Governo Federal e ao debate solidário.
Ela explica que o partido enxerga que o momento sanitário e econômico do Brasil é um momento muito difícil e que o partido está priorizando auxiliar às pessoas tanto na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), quanto no Congresso Nacional, “defendendo as políticas que possam salvar a economia e salvar a vida das pessoas”.
“Nessa circunstância que estamos hoje, priorizamos ações de arrecadações o debate a favor da vacina e o aumento do Auxílio Emergencial [de R$ 300,00 para R$ 600,00], porque o Brasil voltou para o mapa da fome e estamos com 14% de brasileiros desempregados. É um cenário muito grave onde, quem não morre de Covid-19, morre de fome e quem não morre de fome pode morrer por uma bala perdida, como aconteceu no Rio de Janeiro [nesta semana 25 pessoas morreram durante uma ação da Polícia do estado]”, comenta a petista.
Ela ainda cita que, entre as ações, o partido está focado no Programa PT Solidário, que é um programa que arrecada alimentos, produtos de limpeza e de higiene para as pessoas mais necessitadas.
Volta de Lula
A presidente diz que o retorno do presidente Lula fez com que o partido se fortalecesse, e é uma questão que os petistas entendiam que cedo ou tarde aconteceria. “O STF [Supremo Tribunal Federal] reparou esse erro e ficamos muito felizes, mas é uma decisão tardia, que o Judiciário tirou o ex-presidente Lula das eleições e que fez com que o país chegasse ao status que está hoje”, comentou a petista.
Kátia foi candidata ao governo do Estado em 2018 e ficou em 4º lugar, com 9,16% dos votos. A petista não adiantou se será candidata ao Executivo ou ao Legislativo, mas lembrou que o ex-presidente da república tem “uma grande influência no processo eleitoral” e isso pode se respingar nas eleições estaduais, mas ela reitera que o momento é “de garantia de as pessoas terem comida no prato”.
Os principais nomes do partido em Goiás são o deputado federal Rubens Otoni (PT), os deputados estaduais Antônio Gomide (PT) e Delegada Adriana Accorsi (PT), e com o vereador Mauro Rubem (PT), eleito vereador por Goiânia em 2020, após quatro anos sem um vereador representando a sigla.
A maioria pretende concorrer à reeleição, mas podem galgar um passo maior, para concorrer à Câmara Federal, no caso de Adriana Accorsi e Antônio Gomide, ao senado ou ao governo, no caso de Rubens Otoni, e a Assembleia Legislativa, como já tentou o ex-deputado estadual Mauro Rubem (ele é primeiro suplente do partido na Casa).
Cotada para concorrer a outros cargos, a deputada estadual Adriana Accorsi pontua que neste momento, a pretensão dela é de concorrer à reeleição como deputada estadual, “mas vou ouvir as pretensões do partido”, explica a deputada Adriana Accorsi, que já está no seu segundo mandato como deputada estadual.
Ela comemora a elegibilidade de Lula e disse que é uma certeza que todos os militantes da sigla tinham como certeza e de que as condenações do ex-juiz Sergio Moro seriam suspensas, provando a inocência de Lula. “Nós sempre acreditamos na inocência de Lula”, disse a deputada.
A presença do presidente Lula, de acordo com Adriana Accorsi, muda todo o cenário das eleições de 2022, e já está à frente nos cenários para a presidência. Ele terá uma influência nas eleições nacionais nas eleições do Estado, por isso o partido deve participar das articulações para as eleições estaduais, quando for o momento oportuno.
“Ainda vamos discutir o que será melhor, tanto para Goiás, quanto para as eleições presidenciais. Não adianta mudar no Estado, e não mudar no Brasil, mas o mais provável é que o PT tenha candidatura própria”, explica a deputada estadual, que acredita na influência de Lula no Estado de Goiás.
Outro petista cotado para galgar passos maiores, o deputado federal Rubens Otoni afirma que é pré-candidato à reeleição, e não deve fazer parte de uma construção como candidato ao senado, à vice-governadoria ou ao Palácio das Esmeraldas, porém o partido, de acordo com ele, deve se fortalecer para concorrer às eleições estaduais pela simples presença de Lula.
“A presença do ex-presidente no processo eleitoral não garante vitória, mas fortalecerá todas as candidaturas, tanto nas eleições majoritárias quanto nas eleições proporcionais [como é o caso de Otoni”, comenta o deputado.
O vereador Mauro Rubem, por sua vez, postula “ajudar o partido”, independente do cargo que pode concorrer nas eleições estaduais.
“Sou militante pelo projeto de mudar esse país, seja para concorrer em uma chapa majoritária, seja para uma chapa proporcional, para somar e fazer uma grande chapa que representa o potencial de mudança para o povo brasileiro e para o povo goiano”, explica o vereador.