O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 23 de novembro de 2024
Coleta

Reinserção de condomínios “grandes geradores” podem aumentar coleta seletiva na capital

Projeto de lei que isenta os condomínios que adotarem a separação de materiais recicláveis tramita na Câmara Municipal de Goiânia.

Postado em 21 de maio de 2021 por Redação
Reinserção de condomínios “grandes geradores” podem aumentar coleta seletiva na capital
Projeto de lei que isenta os condomínios que adotarem a separação de materiais recicláveis tramita na Câmara Municipal de Goiânia | Foto: Reprodução

As 14 cooperativas de reciclagem associadas à prefeitura de Goiânia contam com todo o material recolhido pelos 14 caminhões da Coleta Seletiva da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e com a coleta própria, porém, ainda assim estão enfrentando uma grande redução na produção de materiais recicláveis. A redução pode ser minimizada com a inclusão dos condomínios residenciais, que integram o rol de “grandes geradores” na coleta de lixo. 

Está em tramitação na Câmara Municipal de Goiânia um projeto de lei (PL) que possibilita a coleta desses grandes geradores, sem cobrança, desde que o condomínio se comprometa a realizar a separação dos resíduos sólidos e orgânicos e incentive essa prática.

A proposta surgiu de uma parceria entre o escritório de advocacia Sahium Advogados e o gabinete do vereador Lucas Kitão (PSL), que apresentaram o projeto na última terça-feira (18/05), com a reinclusão dos condomínios horizontais no sistema de coleta de lixo da capital. 

O advogado especialista em Direito Condominial, Jefferson Lopes, explica que atualmente os condomínios terceirizam a coleta de lixo e a proposta quer corrigir justamente essa situação, com a inclusão dos condomínios horizontais na isenção da cobrança decorrente da coleta do lixo e, por consequência, na reinserção desses condomínios na rota dos caminhões da Comurg. 

Alto custo

Sem a coleta pela prefeitura, ocorre terceirização na coleta desses condomínios. A terceirização, de acordo com Jefferson, é embutida nas taxas de condomínio desses grandes geradores e permite que esse material recolhido seja despejado diretamente nos aterros sanitários da capital e da Região Metropolitana, sem passar pelas cooperativas, que poderiam dar uma nova destinação ao material sólido recolhido. 

Jefferson explica, também, que o intuito do projeto é valorizar a municipalidade com o custeio do manuseio desse lixo, porque o sistema existente hoje, nos moldes como os grandes geradores realizam a coleta, reduz a separação correta e, quando faz essa coleta, é embutido uma alta cobrança pelo recolhimento do lixo dentro dos condomínios e também fora, pelo transbordo que é cobrado pela prefeitura.

“De fato, os condomínios são grandes geradores de lixo e já realizam dentro dos seus limites parte das atividades do Poder Público, como a troca de iluminação, asfaltamento e isso acontece porque eles têm um controle de acesso, no entanto não há uma contrapartida”, comentou o especialista, que acredita que esse custo ficou muito alto e o morador não está se conscientizando pela geração do lixo.

A solução proposta, segundo o especialista, é fazer com que a relação entre a produção de lixo e o incentivo à reciclagem sejam casadas e que a contrapartida dos condomínios, por exemplo, onde o custo ficou muito alto seja em forma de programa de incentivo à reciclagem. 

“Como compensação por ela fazer o recolhimento do lixo é necessário que haja uma cota mínima de lixo reciclável, que um programa de reciclagem esteja funcionando, porque a conscientização dos moradores, que têm uma grande capacidade de mobilização, terá uma boa condição de fazer o recolhimento desse material reciclável”, explica um dos autores. 

Covid-19

A pandemia de Covid-19 evidenciou ainda mais a defasagem na quantidade de materiais recicláveis que chegam às cooperativas de reciclagem de toda a capital goianiense, e enfrentam redução de até 80% de caminhões da Coleta Seletiva para atender as demandas diariamente, ocupando centenas de famílias de catadores de lixo gratuitamente.

O representante do Movimento Nacional dos Catadores (MNC) em Goiânia, José Iramar, explica que antes da pandemia chegavam 10 ou 12 caminhões por dia e agora chegam apenas dois para sustentar os catadores, “que sobrevivem deste material para manter a renda das suas famílias”. 

É o que reitera o presidente de uma das 14 cooperativas de Goiânia, a Cooperativa Beija-Flor, Claubi Teixeira. Ele explica que houve cooperativas que tiveram uma redução de 19 pessoas, por causa da pandemia, e os materiais coletados por esses grandes geradores poderia recriar e até criar 12 mil novos empregos direta e indiretamente, somente com a quantidade de material gerada nestes condomínios.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também