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quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Reciclável

Cai quantidade de resíduos destinados a cooperativas

Empresas da categoria enfrentam redução de materiais recolhidos e perda de empregos

Postado em 31 de maio de 2021 por Daniell Alves
Cai quantidade de resíduos destinados a cooperativas
Empresas da categoria enfrentam redução de materiais recolhidos e perda de empregos | Foto: Reprodução

A quantidade de materiais recicláveis que tem chegado às cooperativas de reciclagem de Goiânia não tem sido suficiente. As empresas da categoria enfrentam redução que chega em até 80% de materiais recolhidos. Em entrevista ao O Hoje, o presidente de uma das 14 cooperativas de Goiânia, a Cooperativa Beija-Flor, Claubi Teixeira, explica que deveria ser proibido a destinação de qualquer lixo reciclável para dentro dos aterros sanitários.

“Infelizmente o que precisa ser travado são as empresas que estão fazendo as coletas. Seria muito bom colocar a proibição de qualquer lixo reciclável dentro dos aterros, não somente em Goiânia. Os condomínios não são obrigados a separar, as empresas não têm uma cobrança 100% da separação. Eles coletam e mandam para o aterro”, diz.

Ele ressalta que a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) precisa sugerir regras para ter o controle dos materiais que são descartados no município. “Pagar para enterrar emprego ou renda não é o propósito. Quando for renovar as licenças, no ato, as empresas tinham que se comprometer a fazer uma declaração para dizer onde está indo o material. É a mesma coisa que eu pegar o lixo da minha porta e jogar na porta dos outros”, avalia.

Segundo Claubi, houve cooperativas que tiveram uma redução de 19 pessoas por causa da pandemia. Com a proposta de um projeto de lei para excluir os condomínios na lista de grandes geradores, ele prevê que os materiais coletados por esses grandes geradores poderia recriar e até criar 12 mil novos empregos direta e indiretamente, somente com a quantidade de material gerada nestes condomínios.

Condomínios horizontais podem ficar isentos de pagar taxa se adotarem a separação de materiais recicláveis. Tramita na Câmara Municipal de Goiânia um projeto de lei que possibilita a coleta sem cobrança nos condomínios residenciais. Estes fazem parte dos “grandes geradores” na coleta de lixo. De acordo com o texto, o condomínio deve se comprometer a realizar a separação dos resíduos sólidos e orgânicos e incentivar essa prática.

O representante do Movimento Nacional dos Catadores (MNC) em Goiânia, José Iramar, revela que, antes da pandemia, chegavam 10 ou 12 caminhões por dia e agora chegam apenas dois para sustentar os catadores, “que sobrevivem deste material para manter a renda das suas famílias”.

Alto custo

Sem a coleta pela prefeitura, ocorre terceirização na coleta dos condomínios da Capital. A terceirização, de acordo com Jefferson, é embutida nas taxas de condomínio desses grandes geradores e permite que esse material recolhido seja despejado diretamente nos aterros sanitários da Capital e da Região Metropolitana, sem passar pelas cooperativas, que poderiam dar uma nova destinação ao material sólido recolhido.

Jefferson explica, também, que o intuito do projeto é valorizar a municipalidade com o custeio do manuseio desse lixo, porque o sistema existente hoje, nos moldes como os grandes geradores realizam a coleta, reduz a separação correta e, quando faz essa coleta, é embutido uma alta cobrança pelo recolhimento do lixo dentro dos condomínios e também fora, pelo transbordo que é cobrado.

“De fato, os condomínios horizontais são grandes geradores de lixo e já realizam dentro dos seus limites parte das atividades do Poder Público, como a troca de iluminação, asfaltamento e isso acontece porque eles têm um controle de acesso, no entanto, não há uma contrapartida ligada a eles para fazer o reaproveitamento desses resíduos sólidos gerados”, comentou o especialista, que acredita que esse custo ficou muito alto e o morador não está se conscientizando pela geração do lixo.

A solução proposta, segundo ele, é fazer com que a relação entre a produção de lixo e o incentivo à reciclagem sejam casadas e que a contrapartida dos condomínios, por exemplo, onde o custo ficou muito alto seja em forma de programa de incentivo à reciclagem.

“Como compensação por ela fazer o recolhimento do lixo é necessário que haja uma cota mínima de lixo reciclável, que um programa de reciclagem esteja funcionando, porque a conscientização dos moradores, que têm uma grande capacidade de mobilização, terá uma boa condição de fazer o recolhimento desse material reciclável”, explica um dos autores.

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