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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
HUGOL

Hospital atende cerca de 1,5 mil pacientes com AVC por ano

Desde 2015, foram cerca de 9,2 mil pacientes com AVC atendidos até o primeiro trimestre deste ano

Postado em 3 de julho de 2021 por Daniell Alves
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Desde 2015

Considerado uma das principais causas de morte no Brasil, o acidente vascular cerebral (AVC) pode ser amenizado se identificado de forma precoce. Em Goiás, são cerca de 1,5 mil pacientes atendidos anualmente no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

Desde 2015, foram 9.289 atendimentos até o primeiro trimestre deste ano. Focado na autoestima e na independência da paciente, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) promove a Oficina Terapêutica Mulheres e Auto Percepção. Voltada para as pacientes mulheres que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), a terapia é conduzida pela equipe de preceptores e residentes multiprofissionais da terapia ocupacional da instituição do Governo de Goiás.

Ao fim do grupo terapêutico, Divina Lopes da Silva, de 70 anos, se emocionou ao se olhar no espelho. “Desde que sofri o AVC nunca mais havia me olhado no espelho, eu não tinha motivos para isso. Eu me abandonei, não me reconheço mais. Hoje, depois de ter passado por esse grupo, consigo ter outra visão de mim, eu ainda estou aqui”, revela. “Normalmente, a paciente pós-AVC registra sequelas motoras, cognitivas e sensoriais, o que afeta diretamente sua autoestima. Muitas delas se olham no espelho e não se reconhecem mais. 

Então, esse trabalho, além de promover reabilitação e independência nos cuidados diários com a saúde, também promove a ressignificação da imagem. É fazer a paciente entender que se cuidar é, acima de tudo, se amar”, explicou a preceptora de Terapia Ocupacional do Crer e responsável pela oficina, Wânia Ferreira da Silva Pysklyvicz. A terapia integra o Projeto Terapêutico Singular (PTS) de cada paciente e tem duração de cinco encontros. “Durante cada encontro trabalhamos um autocuidado diferente: unha, cabelo, corpo, maquiagem e saúde. As oficinas têm duração de uma hora e meia, cada uma, e, após o término do grupo, as pacientes seguem com os atendimentos individuais previstos em seu PTS”, esclareceu a preceptora. 

Paciente do Crer desde 2019, dona Osana Maria Henrique de Santana reforçou a importância de continuar lutando. “Eu amei a convivência com outras mulheres nesse grupo de terapia. Não estamos sozinhas, lutamos uma mesma batalha. Amei a experiência e amei reaprender a me cuidar.” 

Tia Tó 

Embora grande parte dos diagnosticados com a doença consigam se recuperar, outros não resistem. No último dia 24 de junho, uma das principais defensoras culturais da cidade de Goiás, Antolinda Baía Borges, morreu aos 89 anos, em decorrência de um AVC.

Ela era conhecida como Tia Tó e ficou internada em um hospital particular de Goiânia. A mulher foi para a unidade de saúde no dia 15 de junho para tratar problemas cardíacos. Uma semana depois, ela sofreu um AVC de grande extensão e precisou ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com a morte, a família ficou bastante abalada, informou o sobrinho dela Caius Emanoel Ramos Jubé Filho. 

“Ela prestou serviço à cidade de Goiás, ao museu e à igreja. Ela cumpriu a vida na terra e está nas graças de Deus. Foi um ser humano que cumpriu bem seu papel e deixou uma história e um legado para toda a família”, disse.. “Em todos os cantos da cidade de Goiás tem a Tia Tó, meu coração está dilacerado, não tem como não se emocionar. Com esse sentimento de gratidão, quero trabalhar para conseguir suportar a lacuna, pois ela vai fazer falta”, lamentou o afilhado Alessandro Meireles

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