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sábado, 23 de novembro de 2024
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Coluna

Vinho do Douro sem o Porto, não existe

O processo de produção do Vinho do Porto inicia-se a partir da seleção de várias castas tradicionais, normalmente da região nativa do Douro, com características marcantes que conferem uma identidade singular ao vinho

Postado em 8 de julho de 2021 por Redação
Vinho do Douro sem o Porto
O processo de produção do Vinho do Porto inicia-se a partir da seleção de várias castas tradicionais

Por Edna Gomes

O vinho do Porto pelo conjunto de suas virtudes e qualidades vêm, há 4 séculos, fazendo a alegria de quem o prova. Produzido na Região do Douro, aquela que tem a mais bela paisagem vinícola, este emblemático vinho representa com justiça a presença de Portugal no mundo.

Foi a partir da metade do Século XVII que este vinho entrou em cena. Primeiro foram os ingleses que se tornaram fanáticos consumidores, depois foi a vez do Brasil que como Colônia de Portugal tinha obrigação de consumir todo o excedente de sua produção. Os portugueses pouco sabiam dessa iguaria, afinal o vinho exportado pela cidade do Porto era uma das poucas riquezas que Portugal tinha como uma moeda forte, assim toda a produção era voltada para a exportação.

Tradicionalmente servido como um vinho de sobremesa, o Vinho do Porto surgiu como uma alternativa aos vinhos tradicionais e passou a fazer parte de encontros românticos, sociais ou profissionais, trazendo sempre um toque de elegância nas altas cortes.

A região do Douro, distante 100 km da Cidade do Porto, assistiu a uma grande revolução. Suas montanhas foram esculpidas com magníficos terraços de xisto e em cada um desses terraços foi cultivada a vinha. Nos idos de 1907 havia nos registros da Alfândega do Porto mais de 700 empresas exportadoras de Vinho do Porto registradas, todas atuantes e cada uma apresentava um enorme portfólio de tipos e qualidades superiores desse vinho.

Por causa do volume de empresas e de marcas que as mesmas possuíam, até hoje é notável e única no mundo a coleção de rótulos existentes que surgiram, e cada exemplar refletia bem os movimentos artísticos de uma época, expressando com muita arte o momento do nascimento de cada vinho.  Calcula-se que existam mais de 20 mil rótulos distintos desse vinho.

O processo de produção do Vinho do Porto inicia-se a partir da seleção de várias castas tradicionais, normalmente da região nativa do Douro, com características marcantes que conferem uma identidade singular ao vinho.

Depois, o fabricante adiciona uma quantidade de aguardente vínica, especialmente selecionada para o processo. O elevado teor de álcool da aguardente faz com que a fermentação seja interrompida, eliminado todo o tipo de leveduras responsáveis pelo processo de conversão do açúcar em álcool, produzindo um vinho equilibrado e de sabor único.

O Vinho do Porto foi fazendo história nas vidas das famílias pelo mundo, do avô aos netos, todos consumiam uma pequena dose diária como preventivo para todos os males! O Vinho do Porto é rico em cor, aroma e sabor. Diversos são os estilos desse vinho e cada um estilos tem um público cativo que o aprecia.  Ele destaca-se dos demais pelas suas características únicas, como por exemplo o elevado teor alcoólico (até 22%), cor, doçura e aroma que variam de acordo com os diferentes tipos existentes.

O mais desejado de todos é o Vintage, que nada mais é que uma seleção natural apertada de qualidade, somente 2% de toda a produção de um ano é considerada Vintage. Vinho múltiplo pode ser consumido jovem, que apresentará uma explosão de sabores a frutas vermelhas maduras, ou pode-se deixar por dezenas e dezenas de anos envelhecer na garrafa, que suas qualidades serão mantidas.

O tipo LBV (Late Botle Vintage) reúne uma explosão de cor e sabor a frutas, é um vinho ideal para acompanhar uma gama enorme de queijos e sobremesas robustas. Por lei, este tipo de Porto só vem ao mercado após 7 anos de sua colheita.

Os Vinhos do Porto com Denominação de Idade 10, 20, 30, ou 40 anos, demonstram um trabalho da natureza aliados à sabedoria do homem em preservar esses vinhos que, ao oxidarem ganham cores inebriantes e aromas que vão dos frutos secos à baunilha. Grandes companheiros dos tradicionais doces portugueses à base de ovos.
Por fim a linha de Portos comuns ou tradicionais, White, Tawny ou Ruby, são vinhos jovens com no máximo 6 anos, mas que podem resistir ao tempo que quisermos, porque a máxima: “Quanto mais velho, melhor” é totalmente válida na vida do Vinho do Porto!

O Tawny Reserva, é mais aprimorado, possui um aroma amadeirado e de frutos secos, resultante do processo de envelhecimento em madeira por aproximadamente 7 anos. Este tipo de vinho apresenta uma tonalidade que pode variar de acordo com os processos de vinificação, assumindo colorações como vermelho, semelhante ao Ruby, ou acastanhada.

Quando Visitei a cidade do Porto e pude atravessar a Ponte Dom Luís, chegando a Vila Nova de Gaia eu entrei nas dezenas de Armazéns das Casas produtoras desse néctar que é uma experiência única, porque lá encontrei a cordialidade do povo português e a doçura do Vinho do Porto, tudo o que aprendi a amar, admirar e respeitar!

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