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sábado, 23 de novembro de 2024
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Maior índice

Energia e combustível são vilões da alta na inflação de Goiânia

Classe média se desfaz de serviços e produtos de primeira linha para conter gastos familiares cotidianos

Postado em 26 de agosto de 2021 por Raphael Bezerra
Energia e combustível são vilões da alta na inflação de Goiânia
Classe média se desfaz de serviços e produtos de primeira linha para conter gastos familiares cotidianos | Foto: Jota Eurípedes

Arrastada pelo aumento no preço das commodities internacionais, sejam minerais ou agrícolas, descontrole de política de preços da Petrobrás e a alta da energia elétrica, a prévia da inflação em Goiânia atinge a maior variação do país e chega a 1,34%. 

Enquanto amarga uma nova alta na inflação, o goiano se rende a cartões de créditos e promoções nos postos de gasolina com o aumento de 33% somente nos oito primeiros meses deste ano. O consumidor médio tem se visto ainda obrigado a substituir alimentos considerados de ‘luxo’ devido ao alto custo, como carnes e ovos, para produtos mais baratos. 

Esses dados estão presentes na previsão da inflação que são medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15) do mês de agosto. Jeferson Vieira, professor de economia da PUC Goiás, explica que a variação ao longo do ano, seja ela mais alta ou mais baixa, não quer dizer que os preços estejam mais caros que em outros estados, tendo em vista que a variação nos últimos 12 meses de Goiânia chegou em 6%, enquanto o país registra 5,8%.

Vieira explica que a inflação vem subindo por três fatores principais: aumento do preço das commodities internacionais, problema com entrega de produtos e a pandemia. “Houve problema de entrega e fez com que os preços aumentassem aqui para dentro. Os produtores aproveitaram para jogar o produto. Isso trouxe inflação de alimentos, e traz uma inflação, no caso dos minérios, para segmentos industriais”, argumenta.

No caso dos transportes, combustível, gasolina e diesel, Vieira explica que a política visando apenas o lucro adotada pela Petrobrás nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro tiveram papel importante para aumentar os preços tanto dos combustíveis, como de todas as cadeias que dependem do transporte rodoviário.

No Brasil, o índice geral foi de 0,89%, ficando 0,17 ponto percentual acima da taxa de julho (0,72%). Essa foi a maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1,00%. No ano, o índice acumulou alta de 5,81% e, em 12 meses, de 9,30%, acima dos 8,59% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23%.

Nos itens das famílias de classe média e alta no país (de 1 a 40 salários mínimos), estão veículo próprio, que subiu 1,22% em agosto; combustíveis de veículos com alta de 6,37%; aluguel e taxas, que avançou 1,39%; alimentação fora do domicílio, 0,86%; carnes, 0,73%; e energia elétrica residencial, 3,60%.

Destacam-se os combustíveis, que já acumulam 33,40% de alta no ano e 51,74% nos últimos doze meses. Entre eles, a gasolina subiu 6,31% nesta prévia de agosto, acumulando 32,09% no ano e 48,80% nos últimos doze meses. O etanol subiu 7,54% no mês, acumulando 41,29% no ano e 71,71% nos últimos doze meses. Por fim, o óleo diesel avançou 1,93% em agosto, acumulando 28,15% no ano e 37,27% nos últimos 12 meses.

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