A Prefeitura de Goiânia decidiu não enviar representantes ao Smart City Expo World Congress 2021, o principal evento internacional de cidade inteligente, realizado em Barcelona, na Espanha, desde 2011.

Como de costume, a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) organizou uma comitiva de gestores municipais brasileiros para a edição deste ano do congresso, que vai de 16 a 18 de novembro e reúne delegações de diferentes partes do mundo.

Para 2021, a Smart City Expo World tem como foco as seguintes áreas temáticas: tecnologias habilitadoras; energia e meio ambiente; mobilidade do amanhã; governança; vida e inclusão; economia; infraestrutura e construção; e proteção e segurança.

Fazem parte da comitiva da FNP mais de 17 prefeituras brasileiras, entre elas as de Aparecida de Goiânia e Anápolis, respectivamente a segunda e terceira maiores cidades de Goiás, atrás apenas de Goiânia.

Tanto o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), quanto o de Anápolis, Roberto Naves (Progressistas), divulgaram nas redes sociais suas participações no evento.

Em linhas gerais, eles destacaram as potencialidades dos municípios que governam, ressaltaram a importância da troca de experiências e se mostraram interessados em buscar novos investimentos com o objetivo de solucionar os desafios de cada cidade.

Embora tenha oficialmente o projeto de cidade inteligente como uma de suas prioridades, a Prefeitura de Goiânia não está representada no maior congresso internacional da área, nem sequer por secretários ou funcionários de escalões mais baixos.

A informação foi confirmada à reportagem do jornal O Hoje pela assessoria de imprensa do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta se há alguma justificativa para a Prefeitura não marcar presença no Smart City Expo World Congress 2021.

Vale lembrar que, como mostrou a edição de de 8 de novembro, 82,2% dos goianienses não conhecem o projeto de cidade inteligente da Prefeitura de Goiânia, de acordo com números da pesquisa FoxMappin/O Hoje.

A ideia está detalhada no plano de governo de Maguito Vilela, prefeito eleito no ano passado, mas morto em decorrência de complicações da Covid-19 no início de 2021. A propósito, o próprio Maguito participou, como prefeito de Aparecida de Goiânia, do Smart City Expo World Congress de 2016.

Apesar de ter rompido com o filho de Maguito e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, Rogério Cruz prometeu cumprir o plano de governo, e a intenção é colocar em prática o projeto de cidade inteligente por meio do Comitê Gestor do Programa Goiânia em Nova Ação (CGENA).

O CGENA é coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais e conta, ainda, com outros sete órgãos da administração municipal: Secretaria de Governo; Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia; Secretaria de Finanças; Secretaria de Administração; Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação; Controladoria Geral do Município; e Procuradoria Geral do Município.

Ao todo, o projeto de cidade inteligente prevê R$ 2 bilhões em investimentos até 2025. Porém, é criticado por supostamente sofrer influência do presidente do Republicanos no Distrito Federal, Wanderley Tavares.

Além de ter nomeado uma pessoa de sua confiança para cuidar do assunto, Wanderley teria poder de decisão até mesmo em viagens do prefeito. No primeiro semestre, Rogério Cruz foi conhecer soluções de cidades inteligentes em Florianópolis e Foz do Iguaçu que, conforme apurou a reportagem, seriam do interesse do presidente do Republicanos no DF. (Especial para O Hoje)