Novembro Azul luta para quebrar tabu
Artigo de Opinião
Por Jaqueline Rodrigues Stefanini
Ao longo do mês deste mês ocorre a Campanha Novembro Azul, cujo objetivo é orientar a população masculina para a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer de próstata. A ação surgiu em 2003, na Austrália, a partir de uma brincadeira de dois amigos, que cogitaram se ficariam bem de bigode longos, como aqueles de época. Desde então, o projeto foi se espalhando cada vez mais e, hoje, cerca de 20 países já aderiram ao tema.
Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tumor mais frequente no homem. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados mais de 65 mil novos casos para 2021, porém, muitos podem nem ter sido diagnosticado. Por isso a importância da prevenção e exames com a frequência correta.
A campanha é uma excelente ferramenta para orientar a população. O Novembro Azul ajuda a dar visibilidade para a discussão deste tema, que para muitos continua sendo tratada como tabu. Assim como as outras campanhas, que são trabalhadas durante o ano. Junto com a divulgação, este é um momento em que os profissionais da área da saúde voltam suas atenções para o câncer de próstata.
Percebo a importância do projeto, que nasceu como uma brincadeira para levar leveza e quebrar o tabu em torno do exame de próstata. O objetivo é desmistificar todo o preconceito com o exame do toque retal. Além disso, a população masculina é a que tem o índice mais baixo de preocupação com a saúde. Fatores que agravam ainda mais o impacto do câncer.
Por isso, a sacada para virar a chave do preconceito está na educação. É importante utilizar as ferramentas que causam impacto nas pessoas, como redes sociais, séries, novelas e outros, falando sobre o assunto. Essa é uma das principais maneiras de educar, orientar e informar de maneira correta a população.
Existem pessoas que propagam Fake News sobre o tema, que contribuem para reforçar o tabu. Dizem que o exame de toque retal pode causar impotência sexual, o que não é verdade. O exame é uma maneira rápida e prática de detectar o tumor e não causa efeitos na vida sexual masculina. Mas com a evolução do câncer o paciente pode desenvolver diversos traumas, inclusive a impotência sexual.
Além disso, o ambiente familiar pode ser uma referência positiva para a prática de exames. O indivíduo pode se sentir mais seguro para compartilhar e trocar informações com a família e amigos. Por isso, é fundamental receber o apoio de pessoas próximas. Além de dispor da experiência de gerações passadas.
Uma pesquisa realizada pelo Inca, em 2021, informa que pessoas que realizam exames periódicos têm de 80% a 90% de chance de cura e quando a descoberta vem tarde as chances caem para 30%.
Adotar hábitos de vida saudáveis ajuda a prevenir várias doenças, inclusive o câncer. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle do peso corporal, são fatores que podem contribuir para a prevenção da doença.
Jaqueline Rodrigues Stefanini, coordenadora do curso de Enfermagem