Vendas na Black Friday devem ser 25% maiores em relação a 2020
Black Friday 2021 ocorrerá no dia 26 de novembro. A expectativa é que 87,75% dos brasileiros realizem compras nesta data
Data cada vez mais esperada pelos brasileiros, a Black Friday é uma boa aliada para o comércio. Com as condições especiais de pagamento e os descontos, este ano, o dia 26 de novembro ganhou ainda mais importância.
Com a pandemia, o distanciamento social e cada vez mais pessoas aderindo ao home office, o cenário do varejo e atacado em geral precisou adaptar-se à essa nova realidade. Com a quarentena, o acesso às lojas físicas ficou cada vez mais difícil e fez com que muitos voltassem para o e-commerce.
De acordo com a pesquisa da Conversion, no ano de 2020, 76,50% dos brasileiros realizaram compras na data, número baixo comparado às expectativas dos varejistas. Mesmo com as dificuldades, as vendas da Black Friday do ano passado superaram em 31% as vendas de 2019.
A Confederação nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CnC), o setor varejista irá movimentar cerca de R$3,9 bilhões na data, um avanço de 6,5% comparado ao mesmo período do ano passado. Descontando a inflação, haverá retração de 3,8% no mês.
Apesar do avanço da vacinação e a crise sanitária estardiminuindo, o comércio eletrônico ainda é mais atrativo, considerando a comodidade e a facilidade de comprar sem sair de casa. A categoria que lidera o topo da lista dos itens mais desejados pelos consumidores é a de eletrônicos e eletrodomésticos, seguido da categoria de moda e acessórios, calçados, casa e móveis e cosméticos.
Bruna Prado, dona de um salão voltado para alongamentos de cílios e micropigmentação, disse que as vendas do ano passado não foram como imaginava, mas conseguiu faturar mais do que os meses posteriores. Este ano, a lojista investiu em um ótimo planejamento para a Black Friday. “Este ano estamos com um bom planejamento da Black Friday. Estamos apostando em postagens, em divulgação e fizemos um estoque para que as pessoas possam realmente aproveitar”, diz.
Descontos serão menos vantajosos por conta da inflação
A Black Friday é um dos momentos que o consumidor brasileiro pode realizar o sonho de trocar de TV ou comprar um eletrodoméstico que sempre sonhou. Porém, com a inflação acumulada nos últimos 12 meses – de 10,25%, segundo o iPCA – os descontos devem ser reduzidos e a margem de lucro dos varejistas pode ser comprometida.
A inflação e a disparada no dólar são fatores que farão com que o comércio encontre dificuldades em realizar ofertas tentadoras para os consumidores. Mesmo assim, os brasileiros estão dispostos a gastar.
Um estudo feito pela Behup – Pesquisa Retomada do Consumo 2021 para inteligência de Mercado Globo – revela que 70% dos brasileiros são atraídos pelo baixo valor das mercadorias. Porém, é importante ficar de olho, pois os descontos podem até parecer vantajosos, mas acaba doendo no bolso do consumidor.
Um dos maiores desafios de venda após quase 2 anos de pandemia, segundo a empresária Bruna Prado, é as pessoas voltarem aos eixos. “Hoje o pai ou a mãe tem que optar ou em colocar gasolina no carro ou fazer uma compra ou fazer uma extensão de cílios”, explica.
Além da inflação, os golpes devem crescer 50%
De acordo com a ClearSale, empresa especializada em soluções antifraudes, as fraudes e golpes devem crescer cerca de 52% na Black Friday 2021. Para aproveitar a sexta-feira de descontos, sem cair em golpes e sair no prejuízo, é preciso ficar em alerta e ter cuidado. O advogado especialista Fabrício Posocco fala que para evitar esses golpes é necessário ficar atento aos preços, ao uso de cartão de crédito e, até mesmo, ao Pix.
Com o caos e a grande procura, sites podem ficar lento e até saírem do ar. Nessas horas, é preciso estar preparado e atento aos golpes e até mesmo com o prejuízo de uma compra efetuada, mas não registrada no sistema da empresa.
É importante ressaltar que se o prejuízo for de ordem financeira e estiver relacionado ao vazamento de dados – problema que acontece, principalmente, em compras online -, o banco é responsável por ressarcir o cliente. Já na Justiça, as ações relatam que os criminosos quando entram em contato com a vítima já possuem todas as informações pessoais, bancárias e até chave de Pix. (Especial para O Hoje)