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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Opinião

Burocracia tributária custa R$ 430 bilhões por ano ao Brasil

Confira o artigo de opinião, desta terça-feira (12/04), por Antonio Tuccilio

Postado em 12 de abril de 2022 por Redação

Estudo da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) mostra que são necessárias 600 horas por ano para o cumprimento de obrigações tributárias pelos contribuintes junto à Receita Federal. É um custo extremamente elevado. Para se ter uma ideia, pesquisa feita entre 190 países mostra que a média não passa de 234 horas! 

Esses dias li excelente artigo do querido colega Carlos Leony, presidente Associação dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Afresp), e de Fábio Rocha Verbicário, superintendente de Automatização da Fiscalização e do Atendimento da Sefaz-RJ. No texto, eles destacam o quanto o Brasil perde ao limitar a gestão tributária. 

De acordo com o Núcleo de Tributação do Insper, enquanto países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) possuem custo administrativo tributário de 0,28% do PIB, no Brasil esse peso é estratosférico: são 19,7% – sem colocar o contencioso judicial na conta. 

A perda acarretada por esse modelo institucional é absurda. Cálculo conservador feito por Leony e Verbicário chegou ao número: são R$ 429,5 bilhões. Um absurdo! 

Para ter uma noção do tamanho do desperdício, esse total corresponde a 15% da arrecadação tributária anual do país, cujo valor previsto para 2022 é de R$ 2,5 trilhões, somando os impostos municipais, estaduais e da União. Mais ou menos um mês de arrecadação. Nesse valor cabe os ganhos de uma reforma tributária no país.

É inacreditável que o modelo de administração tributária esteja estacionado desde 1960. Naquele tempo, a fiscalização era pessoal e individual, sem o uso da tecnologia da informação. São 62 anos de estagnação! 

Indiscutivelmente, está aí uma trava à administração tributária. Se o Brasil quer mesmo entrar para OCDE, tem um longo caminho pela frente. É necessário adotar e aplicar as boas práticas das administrações tributárias dos países líderes. 

No artigo, os autores destacam a necessidade de o Brasil “trilhar o caminho da ciência da administração tributária”. Assino embaixo. É preciso ter um sistema tributário mais previsível, independente das leis tributárias em vigor ou que possam ser adotadas. Impressionante o montante de dinheiro perdido.

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