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sábado, 28 de dezembro de 2024
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Opinião

Analfabetismo e desigualdades, realidades da educação brasileira

as salas de aulas estão se abrindo para receber as crianças e, na sequência, teremos nas eleições a oportunidade de promover o debate sobre a educação como prioridade para que a população entenda que eleger alguém significa escolher prioridades corretas

Postado em 19 de maio de 2022 por Redação

Por Veveu Arruda

O analfabetismo e as desigualdades são assíduas, não perdem um dia de aula, estão presentes em todas as salas de aulas das escolas públicas de todos os municípios e em todos os Estados brasileiros. Com a pandemia da Covid-19, se tornaram ainda mais frequentes nas salas de aulas, que estiveram fechadas para as crianças, meninas e meninos de todo o Brasil.

Ambas, as desigualdades e o analfabetismo, são formadas em serviços desde o Brasil colônia, com uma carga horária desumana nas Casas Grandes e Senzalas, com um material didático consolidado na cultura escravagista e excludente que hoje ainda estão contidas em códigos, legislações e práticas sociais.

A permanência dessa situação anormal é naturalizada e normalizada pelo acompanhamento e monitoramento feito pelo preconceito e indiferença incrustados nas mentes da grande maioria de líderes públicos, privados e sociais que seguem insensíveis quanto ao analfabetismo dentro das escolas e às desigualdades nas vidas das pessoas mais empobrecidas. O que torna o Brasil uma nação menor, excludente, com uma democracia frágil.

Há uma espécie de avaliação feita quando da inscrição das pessoas no cadastro único que viabiliza o acesso às políticas sociais compensatórias, superimportantes e necessárias. Meu Deus, o que seria sem o Bolsa Família? Mas insuficientes para a solução estrutural das desigualdades. E assim prossegue a perpetuação do perverso ciclo de exclusão.

O regime de colaboração entre Estados e municípios com foco na aprendizagem, especialmente na garantia da alfabetização de todas e de cada uma das crianças, de todas as raças, etnias e gêneros aos 6 anos, consolidada aos 7 anos de idade, é a estratégia mais adequada para assegurar um itinerário formativo e também de vida para as gerações de meninas e meninos em todas as escolas brasileiras.

Para tanto, a primeira e indispensável condição é uma mudança na atitude política e cultural dos líderes políticos, empresariais, sociais, religiosos e culturais do nosso País que torne a ação de alfabetização na idade certa, com o sentido de urgência, uma prioridade real, concreta e efetiva nas suas ações práticas.

Agora, as salas de aulas estão se abrindo para receber as crianças e, na sequência, teremos nas eleições a oportunidade de promover o debate sobre a educação como prioridade para que a população entenda que eleger alguém significa escolher prioridades corretas, ou seja, as famílias também precisam se engajar para promover as transformações de escolas que produzem analfabetismo, em escolas que alfabetizam na idade certa e asseguram a aprendizagem adequada nas demais séries.

Veveu Arruda é ex-prefeito de Sobral, no Ceará

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