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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Opinião

Como a Inteligência Artificial pode fomentar a inovação no setor de finanças

De acordo com a pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, atualmente 78% dos bancos já utilizam aplicações de IA em seus processos

Postado em 23 de maio de 2022 por Alexandre Paes

A presença de Inteligência Artificial (IA) no dia a dia das pessoas torna-se cada vez mais habitual. Uma realidade em quase todos os setores da economia, as ferramentas tecnológicas atuais têm gerado valor às empresas e aos clientes, baseadas na estruturação de dados. E, no setor de finanças, este contexto não é diferente.

De acordo com a pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, atualmente 78% dos bancos já utilizam aplicações de IA em seus processos. Segundo o estudo, estas tecnologias vão desde chatbots, presente em todos os players participantes da pesquisa que adotaram algum tipo de IA, até ferramentas cognitivas e de aconselhamento, melhorando a experiência do cliente e garantindo ainda mais assertividade nas atividades internas dos bancos.

Além disso, com a implementação do Open Finance e, consequentemente, o aumento do número de dados no setor de finanças, as oportunidades de utilização da Inteligência Artificial podem ser potencializadas, gerando novos modelos de negócio, expansão das ofertas de serviços e ampliação dos canais de atendimento e de distribuição, tudo isso a partir da integração das APIs.

O que é a Inteligência Artificial e como ela pode auxiliar o setor de finanças

De um modo geral, a Inteligência Artificial é um processo de definição estatística. Ou seja, é utilizado um número elevado de dados para estabelecer uma tendência ou possibilidade de escolha assertiva. Embora não seja determinante, a IA é mais efetiva que o sistema baseado em regras, utilizado por grande parte das instituições.

Certamente, com a substituição deste modelo pela Inteligência Artificial, o nível de qualidade das escolhas será elevado, uma vez que elas serão mais adequadas ao perfil do cliente. Isto porque, diferentemente das regras, uma rede neural, por exemplo, utiliza diversas alternativas para aprender e elaborar as melhores opções. Com o sistema de regras, as alternativas utilizadas na elaboração da metodologia podem ser antagônicas, já que algumas regras podem interferir em outras, afetando a assertividade das ações.

Principais tendências de IA para o setor de finanças

Atualmente, o setor tem se empenhado para garantir um alto nível de segurança, tanto dos dados de clientes, quanto às estruturas antifraude. Ainda de acordo com o levantamento da FEBRABAN, 64% das instituições do segmento devem optar por tecnologias relacionadas à inteligência Artificial para apoiar a implementação da LGPD.

No entanto, as aplicações não se limitam somente a isto. Outras tendências têm se destacado entre as instituições, como atendimento ao cliente, identificação de melhores investimentos e de poder de pagamento dos usuários. Neste sentido, algumas aplicações específicas têm ganhado adeptos neste segmento.

A pesquisa, referenciada anteriormente, apontou as principais tendências de IA, que já são utilizadas no setor, e que devem ser incorporadas por outras instituições nos próximos anos.

Os chatbots, que são em maioria robôs responsáveis pelo atendimento aos clientes, agilizam o processo de atendimento e garantem mais assertividade e eficiência neste atendimento, colaborando para a fidelização dos usuários. Outra ferramenta que ganha destaque é o RPA (Automação Robótica de Processos), que, como o próprio nome diz, são bots responsáveis por automatizar processos realizados, até então, manualmente. Este tipo de tecnologia favorece os bancos com relação à redução de custos e desperdícios, ganhando mais agilidade nos processos internos.

Além disso, de acordo com a pesquisa, a terceira aplicação mais utilizada pelas empresas que adotam IA, trata-se da Inteligência Cognitiva, capaz de analisar e interpretar documentos e dados eficientemente, contribuindo para melhorar as opções de crédito e adequando o perfil de cada cliente. Este processo, além de assegurar mais efetividade nos serviços oferecido, reduz tempo de análise no back office e, consequentemente, os custos das instituições.

As ferramentas de segurança também estão entre os destaques. A Biometria Facial, por exemplo, é utilizada por 53% das instituições que disseram investir em IA. Já a Biometria por Voz, mesmo que ainda pouco explorada, tem apresentado forte crescimento nos últimos anos. Estas tecnologias aumentam o nível de segurança dos clientes e reduzem os riscos cibernéticos e de fraudes.

Neste contexto, podemos observar um aumento exponencial na utilização de Inteligência Artificial nas mais diversas áreas do setor de finanças. Com a evolução destas tecnologias, conseguimos prever um setor bancário muito mais alinhado às expectativas dos clientes e personalizado de acordo com as necessidades específicas de cada usuário. E, este desenvolvimento contribui não apenas para o fortalecimento econômico do país, mas para a ampliação e adequação das ofertas de serviços financeiros à realidade da população.

Por Nedyr Pimenta Filho, diretor de Inovação 

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