Potencial de consumo da população goiana é de quase R$ 200 bilhões em 2022, aponta pesquisa
Pesquisa revela que Goiás tem recuo de quase R$3 bilhões na participação nacional; estimativa é de que as famílias movimentem R$199,4 bilhões.
Acima das expectativas, o consumo das famílias em Goiás deve movimentar R$199,4 bilhões neste ano, acima dos R$182 bilhões registrados no ano passado. A estimativa é da pesquisa IPC Maps 2022, especializada há quase 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais. Entretanto, o share de consumo no Estado caiu de 3,58% para 3,53% no IPC Maps.
Goiânia deve movimentar R$55,7 bilhões ao longo deste ano, o que representa um aumento de 13,47% em relação a 2021, que foi de R$49,08 bilhões. Com isso, a capital goiana se manteve na 9ª colocação entre os 5.570 municípios do Brasil, cujo ranking é liderado por São Paulo. Em Goiânia, outras despesas com R$13,1 bilhões, lideram a lista das cinco principais categorias de consumo. Já o potencial de consumo de Aparecida de Goiânia é o segundo maior do Estado, com R$16,5 bilhões, seguido pelo de Anápolis, de R$10,8 bilhões.
De acordo com o sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini, a lenta recuperação da economia no pós-pandemia explica a baixa na expectativa. No País, a previsão com base nos índices de potencial de consumo mostra que o valor deve chegar a R$5,6 trilhões ao longo do ano, aumento de 0,92% em relação a 2021.
“Nosso trabalho é feito em cima de domicílio e rendimento por classe econômica. Em Goiás, em todos os estratos sociais houve aumento na quantidade de domicílio e no valor de consumo. A questão é que em outros Estados esse avanço foi maior”, explica o sócio do IPC sobre a queda na participação goiana. Pelo índice, o Estado saiu de um share de consumo de 3,58% para 3,53% no IPC Maps.
Consumo per capita
O IPC Maps 2022 também mostra que o consumo per capita da população de Goiânia está estimado em R$35.418 por ano entre os residentes na área urbana. Entre os que vivem na zona rural, o consumo per capita anual é de R$28.503,29. No geral, as classes socioeconômicas B e C são as principais consumidoras em Goiânia, concentrando, respectivamente, 39,2% e 32,5% de todo o potencial de consumo. Juntas, as classes B e C correspondem a 71,7% do consumo da população.
Apesar da menor participação, o Estado se manteve como o oitavo em consumo no País. A mesma colocação foi alcançada no ano passado. Isso significa que o consumo per capita teve crescimento mais tímido dos valores de consumo ao mesmo tempo em que a população continuou a crescer.
“O que aconteceu efetivamente em Goiás é que a resposta pós-pandemia e ao crescimento foi um pouco menos acelerada”, pontua o sócio da IPC. O consumo per capita urbano está estimado em R$27.886,06 e o rural em R$21.202,15 para o ano. Com inflação em alta e conflito entre Rússia e Ucrânia, houve impacto especialmente para famílias de menor renda, que tiveram crescimento prejudicado.
Pazzani ressalta que as despesas com veículo próprio ultrapassaram os gastos com alimentação no domicílio. “Com o cenário econômico e político, verificamos que, infelizmente, há um desperdício com crescimento baixo da economia.” Entre as mudanças na cesta de consumo. Não significa que as pessoas estão andando de carro e deixando de comer. Mas, por conta da pandemia, o serviço de delivery cresceu e o de transporte por aplicativo também. Quem trabalha, além de ter o carro, tem o combustível mais caro e isso muda a cesta”, afirma.
Classes sociais
O consumo também está mais polarizado em Goiás. Estudo destaca crescimento nominal especialmente das classes A (34,4%), D e E (11,3%). “Isso mostra que tem cada vez mais desigualdade social. Tem mais dinheiro para quem tem mais condição social, os dois extremos estão engordando, o que não é confortável”, Pontua Pazzani
Outro destaque da pesquisa foi a constatação de que o Nordeste brasileiro, recuperou a vice-liderança no ranking de consumo entre as regiões. Para o sócio da IPC, a volta de turistas e medidas para retomada econômica podem explicar. O Sul, após inúmeros problemas relacionados à seca, caiu para a terceira posição.
Em primeiro, está o Sudeste com 49% do consumo nacional. O Centro-Oeste aparece em quarta colocação, com fatia de 8,5% do consumo. Por último, está o Norte (6%).